Otávio Manhani/Jornal Comunicativo
Implantado em 2006, o projeto de Agricultura Familiar atende atualmente 24 famílias no município por meio da Associação dos Microprodutores Rurais, que possui 45 associados. O projeto fica localizado em uma área arrendada de dez alqueires no bairro rural do Cassimiro, onde é cultivado o quiabo.
O presidente da Associação, Edson de Souza, explica que cada família trabalha em uma área de meio alqueire, onde a prefeitura arca com 50% da área arrendada. Ele diz ainda que o projeto não consegue filiar outros interessados devido não encontrar uma área maior para o cultivo do quiabo.
“Nosso principal concorrente é a cana-de-açúcar. Temos dificuldade em arrendar áreas para o cultivo do quiabo, pois a cana oferece um preço melhor pela terra”, justifica Souza.
Há dois anos, o IBGE traçou um perfil da agricultura familiar do país e constatou que ela é voltada basicamente para a produção de alimentos da cesta básica, itens estes que chega a responder por até 70% da produção total e supera, em muitos casos, o agronegócio.
Souza conta que uma caixa de quiabo contendo 18 quilos oscila ao ano de R$ 2 a R$ 50, dependendo da época. “Tem ocasião que custa sequer R$ 0,50 a caixa. Já tem período que vale R$ 50”, completa. Ele ressalta que o valor pago pela caixa também depende da qualidade do produto, pois a mercadoria deve ser classificada e o quiabo especial para comercialização mede entre 9 cm e 12 cm.
Nos últimos dez anos, a agricultura familiar foi impulsionada por políticas públicas a atualmente vive um novo momento. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário, hoje são aproximadamente 20 milhões de pessoas trabalhando na agricultura familiar brasileira.
Este setor, que era visto como uma área de atraso e pobreza, passou a produzir além de alimentos, artesanato, moda e cultura.