Otávio Manhani/Jornal Comunicativo
Bilac completa neste dia 18 seu 87º aniversário de fundação. A história do município começa em 1917 com o loteamento das terras pertencentes à Brazil Plantation Sindical. Na época, várias famílias foram atraídas para trabalhar em lavouras, principalmente de café.
O local foi denominado como Córrego da Colônia e, mais tarde, chamaria Sociedade Vila Conceição, composta de Osvaldo Martins, Sakae Sato, Shoe Anzai e Toshio Yoshiy, os quais adquiriram as terras e dividiram em lotes para instalação do povoado.
Na ocasião, João Nery adquiriu um desses lotes e construiu a primeira casa, em madeira. Depois dele, outras famílias começaram a construir e o comércio surgiu. Como aquela localidade pertencia a Birigui, em 1923 a Câmara de Birigui aprovou a elevação do povoado a condição de vila, atribuindo-lhe o nome de Vila Nossa Senhora da Conceição, em homenagem a padroeira local.
Mas foi somente dez anos depois, em 1933, é que foi elevado a Distrito de Paz com denominação de Nipolândia. O nome Bilac surgiu apenas em 1928 em homenagem ao poeta patrício Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac.
Bilac foi elevado à categoria de município em 30 de novembro de 1944, instalado em 1º de janeiro de 1945. Porém, devido a escritura de doação para o patrimônio ter sido lavrada em 18 de abril de 1925, a cidade comemora seu aniversário em 18 de abril.
Depoimento
Para falar um pouco sobre a evolução do município de Bilac o casal Francisco Ramos Cuares, 92 anos, conhecido como ‘seu’ Paco, e sua esposa Noêmia Gomes Ramos, 82 anos, contam momentos considerados importantes para o progresso da cidade.
‘Seu’ Paco diz que antes mesmo de Bilac ter se tornado município, a localidade já contava com algumas casas e comércios. “A primeira loja grande foi a Casa Estrela, dos irmãos Jorge e Miguel Abrão. Era loja de secos e molhados. Já tivemos cinema aqui [em Bilac]”, lembra o pioneiro.
Ele ressalta que era um comércio bom para aquela época e conta que também era bastante conhecida a Casa Pintão e Casa Líbano. “Bilac chegou a ter uma filial das Casas Pernambucanas”, acrescenta. O pioneiro destaca, porém, que com a instalação da Comarca, metalúrgica e uma fábrica de urnas funerárias é que o município teve um impulso na questão de geração de empregos. “Por um bom tempo deixamos de ser uma cidade-dormitório”, reforça.
Já dona Noêmia conta que com o aumento da população (hoje com 7.052 habitantes, segundo IBGE) e acesso à educação, muitos estudantes ao se formarem tem deixado Bilac para buscar oportunidades de trabalho em outras cidades, assim como acontece em vários municípios da região.
Segundo ela, hoje Bilac está melhor do que naquela época, pois há mais recursos. Por outro lado, ela cita que antes a vida era mais tranquila. “Antes dormíamos com a porta da sala aberta, hoje não. Sinto saudades daquela época porque as pessoas eram mais unidas. Hoje as pessoas vivem agitadas no dia-a-dia e não têm tempo para conversar”, finaliza Noêmia.