Vereadores de Piacatu rejeitam projeto que aumenta salário de alguns cargos comissionados


Rejeição também impediu a criação de mais dois cargos; vereador sugeriu que projeto “pacotão” fosse encaminhado individualmente. Houve críticas à Saúde

30/04/2016 23:45 - Atualizado em 16/05/2016 21:13 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani/Jornal Comunicativo

Em pé, vereadores votaram contra aumento salarial a comissionados

Em votação unânime, os vereadores da Câmara de Piacatu rejeitaram na sessão do último dia 28 o projeto de lei complementar que previa uma reforma administrativa nos cargos do quadro de comissionados da Prefeitura.

No projeto, o prefeito Nelson Bonfim (PSD) propôs a extinção de 11 empregos em cargos comissionados, a alteração da nomenclatura de outros quatro e a criação de mais dois cargos. Atualmente a Prefeitura de Piacatu possui 40 cargos em comissão. Porém, não são todas as vagas que estão ocupadas.

O mesmo projeto ainda solicitava a alteração salarial de cinco cargos ocupados, sendo quatro deles propondo um aumento que varia de R$ 6 a R$ 821,12 e apenas um propondo uma redução de R$ 124,90. Como os vereadores não aprovaram o projeto, não haverá nenhuma mudança.

O vereador José Carlos da Silva, o Totô (PMDB), sugeriu que o projeto fosse encaminhado individualmente, sendo: um propondo a extinção de 11 cargos comissionados, um para alterar quatro nomenclaturas, um para criação de dois cargos e outros cinco - sendo um projeto para cada cargo - referentes às alterações salariais.

Na opinião de Totô, se os projetos tivessem sido encaminhados individualmente, a possibilidade de os vereadores aprovarem, ao menos parte das propostas, seria maior. Para o peemedebista, o projeto único em forma de “pacotão”, contendo várias propostas, dificultou sua aprovação.

O presidente da Câmara, Paulo Henrique Zeri de Lima (PSDB), falou da democracia que os vereadores têm em expressar suas opiniões e disse que político que se preza tem que ter lado. “Político que fica com um pé na casca de banana e outro no buraco não tem futuro. Político tem que ter lado. E eu, graças a Deus, tenho lado”, frisou.

E acrescentou: “Quando eu fui eleito, fui representando um lado, que, inclusive, foi o lado que elegeu o candidato a prefeito. E sempre vou honrar este lado”. Ele também mencionou que seu voto seria favorável a este projeto caso pudesse votar. O presidente da Câmara só vota em caso de empate.

Rua no bairro Colinas Park

Alvo de críticas dos vereadores por inúmeras sessões desde o início desta legislatura, a Rua Manoel Gomes Jardim, localizada no bairro Colinas Park, voltou a ser citada na sessão desse dia 28. É a única rua da cidade que não é asfaltada.

O vereador Gilberto Pizini, o Ninão (PV), disse ter passado pelo bairro no dia anterior (27) e visto umas máquinas trabalhando no local. “Mas o local não será asfaltado por enquanto. Os moradores estavam animados achando que seria pavimentado, mas não será desta vez. Será colocado cascalho, apenas”, adiantou.

Dois vereadores criticam atendimento no setor da Saúde

O vereador Marcos Moraes, o Markinho do Mazão (PV), que foi empossado na sessão desse dia 28, relatou um episódio que aconteceu com ele no dia 10 de abril, às 0h36, no Hospital Beneficente Padre Bernardo Braakhuis, de Bilac.

Segundo relato do parlamentar em plenário, ele disse ter registrado um boletim de ocorrência após a entidade ter lhe negado atendimento. “Tal atitude vai contra a Constituição Federal, que, no artigo 196, diz que é crime o Estado negar atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde)”, mencionou Moraes.

O artigo 196 da Constituição Federal diz que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Em sua crítica, o vereador repudiou o atendimento recebido por uma profissional do hospital, classificando-a como “mal qualificada e desequilibrada”. “Acho que nosso povo merece mais respeito no atendimento”, concluiu o parlamentar.

O presidente da Câmara, Paulo Henrique Zeri de Lima, também disse ter sido procurado por alguns moradores de Piacatu relatando problema semelhante com relação ao Hospital de Bilac. Segundo ele, o problema possivelmente deve ter ocorrido em decorrência de a Prefeitura de Piacatu não estar efetuando o repasse mensal à entidade, que é administrada por uma OSS (Organização Social de Saúde) desde janeiro de 2015.

De acordo com o presidente, a informação que obteve na Prefeitura de Piacatu é que os repasses não estão sendo efetuados porque a prestação de contas feita e entregue pelo hospital aos municípios (Bilac, Gabriel Monteiro e Piacatu) estaria incorreta.

Aproveitando o embalo sobre o assunto Saúde, o vereador João Vitor Navachi (PSDB) disparou: “Acho que o bom atendimento deveria começar aqui na cidade de Piacatu mesmo, pois consta em várias conversas/relatos o mau atendimento de um médico [que atende no Centro de Saúde] de Piacatu. Que ele também tenha o bom senso e a responsabilidade de cumprir com a sua obrigação”.

Sem mencionar nomes, o vereador relatou ter passado por um caso na semana anterior, no qual o médico teria negado atendimento a um sobrinho seu de 1,6 anos. “Então, que alguma coisa seja feita, seja pela Prefeitura ou pelo Ministério Público. Então, acho que o exemplo deve começar daqui. Se ele não está contente, que saia do município”, sugeriu Navachi, que informou ter registrado boletim de ocorrência do episódio.

O vereador também cobrou explicações das autoridades competentes sobre um caso recente de furto de dinheiro de alguns funcionários do Centro de Saúde. O parlamentar quer saber se foi tomada alguma providência sobre o caso.