Otávio Manhani/Jornal Comunicativo
Por cinco votos a três, a Câmara de Vereadores de Piacatu autorizou a Prefeitura adquirir um automóvel Sedan no valor de até R$ 80 mil. O veículo atenderá as necessidades do gabinete do prefeito.
O carro oficial que até então atendia ao gabinete prefeito foi leiloado recentemente por apresentar bastante manutenção. A Prefeitura não informou por quanto o veículo oficial foi leiloado.
Mesmo antes da votação, o vereador Gilberto Pizini, o Ninão (PV), adiantou ser contra e justificou: “Os funcionários para ter 5% de aumento foi difícil. Conversando há 20 dias com o prefeito, ele disse ter gasto no ano passado R$ 700 mil em medicamentos para atender no Centro de Saúde e que, deste valor, quitou R$ 400 mil. Ou seja, até o início deste ano, a Prefeitura tinha que pagar R$ 300 mil”.
E continuou: “Hoje, no momento, eu sou contra. Se este projeto vier mais pra frente e comprovar que a Prefeitura está com as contas quitadas, serei favorável. Sei que a Prefeitura precisa de um carro melhor para realizar viagens, mas no momento, minha posição é contrária”.
O vereador Paulo Cezar Vendrame (PMDB) também disse ser contra o projeto. Para ele, o veículo Astra que atendia o gabinete e foi leiloado aguentaria por mais algum tempo caso a Prefeitura optasse em investir uns R$ 10 mil. “Ficaria bem mais e conta”, opinou.
Já o vereador Paulo Henrique Zeri de Lima (PSDB) destacou que a Prefeitura atualmente não possui veículo oficial e que “na falta de um carro para o gabinete, o prefeito terá que fazer mais viagens de avião, o que irá ocasionar uma despesa maior ao município”.
Paulo Lima ressaltou que o prefeito está utilizando veículo de outros setores da administração para fazer viagens. “As duas últimas viagens foram feitas com veículo da Saúde. Acho que é outro problema que vai ocasionar no futuro. O prefeito também tem se utilizado de carona com prefeitos da região em alguns compromissos oficiais”, frisou.
O parlamentar explicou também que a verba a ser utilizada na compra deste veículo será da venda dos veículos leiloados. “E esta verba [do leilão] só pode ser utilizada para duas coisas, sendo: aquisição de bens ou pagamento do INSS patronal. Por este motivo, sou favorável ao projeto”, justificou.
O vereador Ninão reiterou que “no momento não precisa de um carro nesse valor”, embora reconheça a necessidade de um veículo oficial.
Outro vereador que votou contra foi José Carlos da Silva, o Totô (PMDB). Ele disse ter solicitado a relação de quanto foi arrecadado no leilão dos veículos da Prefeitura. “Até o presente momento não recebi nenhuma resposta. Está faltando dados para tomarmos uma decisão”, comentou.
Totô disse ainda considerar o valor do veículo bastante expressivo. “Vou me sentir muito mal ver um ‘carrão’ desse para o gabinete e os funcionários não ter um aumento. Isso sem contar que no ano passado não houve presente para as crianças na véspera de Natal. Vejo isso como uma ostentação neste momento”, desabafou.
ASSESSORIA JURÍDICA
O vereador Paulo Lima cobrou do presidente da Câmara, Deivid Lemes Ferraz (PTB), o motivo pelo qual o contador do Legislativo não estava presente na sessão para explicar sobre a viabilidade, ou não, para a contratação de uma assessoria jurídica.
Na sessão anterior, o parlamentar solicitou que o contador enviasse por escrito sobre o que seria necessário para a contratação de um assessor jurídico. O vereador Ninão chegou a sugerir que o contador estivesse presente em ao menos uma sessão por mês.
O presidente da Câmara disse ter conversado com o contador, o qual informou que tinha outros compromissos nessa data, mas que informaria na próxima semana o impacto na Folha de Pagamento do Legislativo. Deivid disse ainda que não pode obrigar o contador a estar presente nas sessões, pois esse horário não é de competência dele.
Totô reforçou que os vereadores estão “enfraquecidos”, referindo-se ao caso do salário dos servidores municipais. “Está faltando respaldo. Um advogado na Câmara é primordial”, concluiu.