Surgimento de escorpiões coloca moradores de Santópolis do Aguapeí em alerta


Vigilância Sanitária recomenda manter o quintal sempre limpo; cidade registrou dez casos neste ano

27/11/2015 17:32 - Atualizado em 01/01/2016 01:12 | Por: Otávio Manhani

Divulgação/Prefeitura de Santópolis do Aguapeí

Estudantes sendo orientados por agente comunitário de saúde

O surgimento de escorpiões em Santópolis do Aguapeí tem preocupado moradores e autoridades do município. Profissionais do setor da Saúde têm se mobilizado em campanhas de prevenção e orientando a população sobre o surgimento desses animais na cidade por meio de palestras informativas.

Autoridades em saúde pública informaram que, em média, seis pessoas são atacadas na região noroeste do Estado todos os dias. Somente neste ano foram mais de 1,6 mil casos e duas crianças morreram.

Em Santópolis do Aguapeí, foram adotadas várias medidas com o objetivo de alertar os moradores a redobrarem os cuidados com a realização de palestras nas escolas da rede municipal de ensino, como a Emei Kenkiti Kimura e a Emeb Prof. Minas Barganian.

Os agentes comunitários de saúde Cícero Ferreira, Selma Nicolau e Rosemeire Porto visitaram as salas de aula com amostras de escorpiões mortos para mostrar e explicar aos alunos algumas espécies e tamanhos desses animais.

De acordo com o manual de controle de escorpiões do Ministério da Saúde, existem 1.600 espécies conhecidas no mundo, sendo 160 delas encontradas no Brasil. Na região de Araçatuba, as espécies mais encontradas são do Tityus serrulatus (amarelo) e o Tityus bahiensis (marrom-escuro ou preto), cujo tamanho do adulto desta espécie chega a 7,0cm.

Conforme informou o coordenador do PEAa (Plano de Erradicação do Aedes aegypti), Roberto Siriane Francischini, o surgimento de escorpiões no município acontece devido vários moradores terem em suas casas muita madeira em desuso empilhada, favorecendo o esconderijo dos escorpiões.

“É comum encontrarmos nos quintais restos de entulhos e alimentos, assim como caixas de esgoto não lacradas. Também nos deparamos com bueiros entupidos com pedras, tijolos, restos de brinquedos, garrafas plásticas e outros materiais. São locais como estes que os escorpiões se escondem”, frisou Roberto em suas palestras.

O coordenador do PEAa mencionou que é constante o surgimento de escorpiões em pias (cozinha e banheiro), ralos e tanque de lavar roupas. “Somente neste ano, tivemos dez casos notificados de pessoas que foram picadas por escorpiões”, disse.

Roberto frisou que os agentes comunitários de saúde são orientados a não recomendar aos moradores a utilização de produtos químicos para combater os escorpiões. “O ideal é sempre manter o quintal limpo, evitando lugares onde os escorpiões possam se esconder”, concluiu.

Nas escolas

Além do trabalho de conscientização dos estudantes nas escolas da rede municipal de ensino, autoridades em saúde pública do município realizaram um debate sobre o assunto com os pais de alunos. “Alguns pais deixaram de mandar os filhos para a escola com receio de ataques de escorpiões”, explicou Roberto.

Diante da situação, várias medidas de prevenção foram adotadas nas instituições de ensino, como roçagem do gramado, instalação de telas nos ralos, vedação de pias dos banheiros, aplicação de silicone nas brechas de passagem de água nos telhados, entre outros.

Nas residências

O médico veterinário do município, Erivelton Correia de Araújo Junior, juntamente com a equipe de Vigilância Sanitária, realizou várias visitas domiciliares a procura de locais que sirvam de esconderijos dos escorpiões.

O coordenador do PEAa ressaltou que o município segue as orientações do Ministério da Saúde e não aplica nem recomenda a utilização de inseticidas no combate aos escorpiões.

“Os escorpiões geralmente ficam escondidos em locais de difícil manejo e até sem respirar. Realizamos testes com esses animais e comprovamos que eles permanecem vivos por até dois meses sem oxigênio e alimento”, finalizou Roberto.