Otávio Manhani/Jornal Comunicativo
O servente Eduardo de Souza Costa, de 30 anos, foi morto com dois tiros (tórax e abdômen) enquanto seu colega, o lavrador Gino Alves Conceição, 41 anos, foi ferido com um tiro na cabeça no início da noite de ontem (26), por volta das 19h30.
Eles e outros dois colegas estavam pescando em um rio na fazenda Primavera, no bairro Estiva, em Bilac, quando foram atingidos pelos disparos.
Junto da dupla estava o mecânico Rafael Ribeiro dos Santos, 22 anos, e Luís Carlos Domingos. Ambos são moradores do bairro Jardim Planalto, em Clementina. A fazenda onde aconteceu o crime fica localizada entre os municípios de Bilac e Clementina.
Rafael e Luís Carlos relataram à polícia que quando chegaram ao rio onde foram pescar, eles se dividiram em duplas, sendo eles de um lado do rio e as vítimas do outro.
De acordo com as testemunhas, em certo momento eles ouviram o barulho de uma motocicleta Bros, cor vermelha, se aproximando do local com dois indivíduos. Eles observaram o passageiro da moto (o garupa) desceu em direção das vítimas com duas espingardas e o condutor da moto deixando o local.
Na sequencia, Rafael e Luís Carlos ouviram três tiros. Com medo, eles aguardaram alguns instantes e foram até o carro de Luís Carlos, um Monza, e buzinaram para os colegas, que não responderam. Rafael, então foi até onde estavam os colegas e os encontrou caídos no chão.
Rafael voltou correndo junto de Luís Carlos e ambos foram até a sede da fazenda e, em contato com o caseiro Jean Carlos Neves dos Santos, 26 anos, acionaram a Polícia Militar de Clementina, que chamaram uma ambulância do hospital da cidade.
Enquanto um policial ficou no local do crime, outro foi até o hospital de Clementina, onde perguntou a Gino sobre os autores dos tiros. A vítima, então, informou que o autor dos disparos foi o lavrador Jenilson de Souza, o Dinho, 20 anos, o qual morava com o soldador José Ericélio dos Santos, o Dé, 35 anos, ambos também moradores do bairro Jardim Planalto, em Clementina.
Devido a gravidade, Gino foi transferido para a Santa Casa de Araçatuba, onde segue no setor de emergência em atendimento e passará por cirurgia para tratamento da área frontal do crânio, ferida pelo tiro.
A Polícia Militar foi até a casa de Dé, que informou que Dinho morava em outra residência. Indagado sobre o crime, ele disse não saber de nada. Porém, mencionou que Dinho havia dito que iria caçar com o tratorista Leonardo Magnoler da Silva, o Leo, 20 anos.
Ao fazer uma consulta via Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo), os policiais constataram que Dé encontrava-se foragido da Justiça pelo crime de homicídio tentado. Diante dos fatos, foi dada voz de prisão e, em seguida, ele mostrou onde era a casa de Dinho.
Conforme boletim de ocorrência, Dinho foi encontrado em sua casa, calmo. Questionado sobre o crime, ele confessou ter atirado nos rapazes que estavam pescando. Ele disse ter ido caçar no local e encontrou Eduardo e Gino pescando no rio.
Dinho disse aos policiais que estava “desnorteado da vida” e atirou nos rapazes. Ele informou que Leo quem o levou ao local, mas que o mesmo não sabia dos fatos, que simplesmente lhe deu carona para ir caçar. Dinho, então, disse onde morava Leo, que confirmou aos policiais ter levado Dinho na fazenda.
Leo também relatou ter levado Dinho depois até o bairro Lauro Penteado, que é distrito de Clementina, pois o colega havia dito à ele ter matado um homem. No entanto, Leo garantiu não ter presenciado o crime.
Dinho mostrou aos policiais onde guardou as armas, que estavam em um canavial próximo ao local do crime, no caminho ao bairro Lauro Penteado. Diante dos fatos, foi dado voz de prisão aos três indiciados (Dinho, Dé e Leo) e os conduziram ao Departamento de Polícia de Clementina.
As armas - três cartucheiras e quatro cartuchos - foram apreendidas e o trio foi encaminhado para a cadeia de Penápolis, onde permanecem à disposição da Justiça.