Maior dificuldade para o hospital beneficente de Bilac é a logística


Diretor financeiro de OSS também esclarece que hospital de Bilac não foi vendido

30/05/2015 08:24 - Atualizado em 23/06/2015 14:29 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani - Arquivo/Jornal Comunicativo

Antonio Monteiro ao lado do pai, Antonio Carlos - presidente do IPDH

Não é a falta de médicos nem o valor pago a estes profissionais a maior preocupação da nova diretoria do Hospital Beneficente Padre Bernardo Braakhuis, de Bilac. Hoje, a maior dificuldade encontrada pela OSS-IPDH (Organização Social de Saúde Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Humano) é a logística.

Esta afirmação é do diretor financeiro da OSS-IPDH, Antonio Monteiro Pinotti Affonso, dita durante entrevista a emissora de rádio comunitária Paulista FM, de Bilac, no último dia 20.

Na oportunidade, ele iniciou a entrevista explicando que o IPDH é uma empresa focada em administrar o dinheiro do SUS (Sistema Único de Saúde), a qual atualmente administra 23 unidades de Saúde. Disse ainda que OSS é uma empresa privada de direito público, de avaliação e busca de metas; a qual é auditada pelo TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) e Ministério Público.

Antonio Monteiro também aproveitou para esclarecer à população que o hospital de Bilac não foi vendido. “Não se vende aquilo que não é seu. Da mesma forma, não se compra aquilo que não pode ser vendido. O hospital é de utilidade pública do município e tem uma lei municipal voltada a servir as pessoas. Isso é boato. Não há comercialização de nenhum tipo nesta operação, mas, sim, uma parceria para fazer a gestão desta unidade de Saúde”, frisou.

O diretor financeiro da OSS-IPDH explicou que a gestão do hospital local é uma parceria entre a direção do hospital e as Prefeituras de Bilac, Gabriel Monteiro e Piacatu, as quais entenderam que era necessário profissionalizar a gestão ou a situação ficaria insustentável.

Logística

Questionado sobre a possível dificuldade em contratar médicos, o entrevistado destacou que o IPDH possui certas facilidades quanto a isso. Ele alegou que a empresa tem abrangência ampla devido já atender várias unidades com vários serviços.

“Temos aproximadamente 70 médicos parceiros que trabalham conosco. A maior dificuldade hoje não é a falta de médicos nem o valor pago a estes profissionais, pois, se tivermos mais serviços, a contratação fica até mais vantajosa. Hoje a maior dificuldade é a logística”, afirmou Antonio Monteiro.

O diretor financeiro da OSS-IPDH explica que isso acontece porque a maioria dos médicos trabalha em vários lugares diferentes. “E para eles [médicos] estabelecerem uma logística, eles têm que ter confiança de que aquele lugar onde ele vai trabalhar ofereça boas condições de trabalho e remuneração adequada”, diz.

“Então, quando oferecemos isso, e nós já estamos oferecendo isso aqui em Bilac, é questão de encaixar logística. Hoje temos uma escala bem formada e vamos tentar evoluir quanto a isso”, acrescentou o entrevistado.

Alguns membros da diretoria anterior integram atual diretoria e funcionários do hospital passam a ser de responsabilidade do IPDH

Ao assumir a gestão do hospital de Bilac, a OSS-IPDH se deparou com a equipe da diretoria anterior incompleta, onde alguns dos membros haviam renunciado aos cargos que ocupavam. Mesmo assim, os integrantes foram convidados a permanecerem na nova diretoria.

Quanto aos funcionários do hospital, Antonio Monteiro explicou que, na prática, eles passaram a ser do IPDH, o qual tem responsabilidade trabalhista sobre eles. “Quando assumimos [a gestão do hospital], encontramos uma equipe desmotivada. Estamos buscando resgatar esta motivação. Temos planos de qualificação e treinamento”, adiantou.

“O nosso compromisso é tornar o hospital de Bilac um cartão de visitas da nossa OSS e um exemplo e uma prova de que o SUS pode acontecer e pode ser realidade em hospitais comunitários, como o de Bilac, pois eles são viáveis com boa gestão”, completou o diretor financeiro da OSS-IPDH.

Retorno do Iamspe

Outra questão abordada foi com relação ao retorno do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) ao hospital de Bilac.

Antonio Monteiro adiantou que está no projeto da empresa voltar a oferecer os serviços do hospital pelo Iamspe.

“O Iamspe, como outro plano de saúde, ele vai credenciar um determinado hospital pela qualidade que ele oferece. Para pleitear um credenciamento, precisamos recuperar o hospital. Então, a partir do momento em que tivermos um porte para oferecer o serviço e ter capacidade para atender, aí vamos pleitear”, finalizou.