Otávio Manhani/Jornal Comunicativo
O município de Santópolis do Aguapeí, com população estimada em 4.572 habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), já foi conhecido como a capital do amendoim e da melancia na década de 1960.
Hoje, com 74 anos de fundação - a completar no dia 3 de maio -, a cultura em destaque é a batata-doce. De acordo com informações da Casa da Agricultura local, o município possui uma área de 140 hectares para o cultivo desta raiz tuberosa.
Com exceção da cana-de açúcar, que atualmente ocupa uma área de 4.249 hectares, segundo dados do IBGE de 2013, a batata-doce ocupa a maior área cultivada. Conforme informou a engenheira agrônoma da Casa da Agricultura de Santópolis do Aguapeí, Michele Lopes Yoshiy, o amendoim aparece com a segunda maior área cultivada, com 48,4 hectares, seguido pela soja (40 hectares) e milho (30 hectares).
Michele acredita que a cultura da batata-doce no município deve gerar emprego para aproximadamente 150 famílias. Em uma área arrendada de 13 alqueires no sítio Hiroki, no bairro Córrego da Fartura, o engenheiro agrônomo José Honório Gastaldi - filho do arrendatário da área -, disse que é a terceira vez que cultiva a batata-doce em Santópolis do Aguapeí.
Gastaldi informou que a produção varia de acordo com a estação do ano. “No inverno a produção é menor. Já no verão, a colheita é bem maior; triplica. Nossa média nesta área é de 1 mil a 4,5 mil caixas”, disse. Cada caixa pesa 35 quilos.
O engenheiro agrônomo disse ainda que até o momento não teve problemas com pragas que atingem a lavoura por se tratar de uma batata-doce mais resistente a doenças.
De 2004 a 2013
Dados disponíveis no site do IBGE mostram o avanço da cana-de-açúcar nesse período e a queda brusca das demais culturas, como é o caso do amendoim e da melancia, que já deram ao município o título de maior produtor destas culturas.
O amendoim, que em 2004 chegou a ocupar uma área de 210 hectares e uma produção de 753 toneladas, em 2013 produziu apenas 145 toneladas em uma área de 39 hectares, ou seja, uma queda de 80,7% na produção em uma década.
O mesmo aconteceu com o milho que, em 2004, chegou a produzir 2.370 toneladas em uma área de 550 hectares. Porém, em 2013, a produção caiu 81,6%, onde foram produzidas 437 toneladas em uma área de 90 hectares.
Situação pior foi a da melancia, que viu sua produção zerar em 2013. Há dez anos, em uma área de 20 hectares, o município chegou a produzir 840 toneladas da fruta; uma produção média de 42 mil quilos por hectare, gerando R$ 197 mil de renda.
Outras três culturas zeraram a produção em 2013, segundo o IBGE: o algodão em caroço, feijão e tomate. Em 2004, a área cultivada no município era de 50, 40 e 30 hectares, respectivamente.