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Morreu na madrugada de hoje (20), em São Paulo, o fundador da Casas Bahia, Samuel Klein, aos 91 anos. Ele estava internado há 15 dias no Hospital Albert Einstein e morreu vítima de insuficiência respiratória. O corpo está sendo velado no Cemitério Israelita, no Butantã. O sepultamento estava marcado para as 14h em cerimônia fechada para parentes e amigos.
O empresário judeu polonês Samuel Klein veio ao Brasil fugitivo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em 1952, depois de uma breve estadia na Bolívia.
Nascido em 1923 no vilarejo de Zakilikof, próximo de Lublin, na Polônia, Samuel Klein teve uma infância de privação numa Europa ainda em reconstrução depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Eles eram em nove irmãos.
Com o início da Segunda Guerra Mundial, a família, por ser judia, sofreu perseguição nazista. Em 1942, pais e filhos foram presos e a família separada. Samuel, o irmão mais novo e o pai foram levados a um campo de trabalho forçado. Já a mãe e os outros irmãos de Samuel foram levados a um campo de extermínio em Treblinka, onde ela e a maioria deles morreram.
Samuel, porém, esteve por dois anos no campo de concentração de Majdamek, onde conseguiu fugiu em 1944 e, após o conflito, passou a morar na Alemanha. Somente em 1952 veio para o Brasil com a esposa, Anna, e um filho de dois anos, Michael.
Com aproximadamente US$ 6 mil, comprou uma casa e uma carroça com um cavalo e, junto dela, uma lista com 200 fregueses do mascate que passou o negócio adiante. Mesmo sem saber falar português, começou a revender cobertores e toalhas aos nordestinos imigrantes que chegavam aos milhares ao ABC paulista para trabalhar na indústria automobilística
Mas foi apenas em 1957, com uma clientela dez vezes maior, que Klein decidiu abrir a primeira loja. Como a maioria de seus fregueses eram baianos, Samuel Klein decidiu “homenageá-los”, dando o nome ao seu comércio de Casa Bahia.
Nas décadas seguintes, o singular “Casa” teve que ser substituído pelo plural “Casas” devido a quantidade de lojas espalhadas por vários Estados do país. Samuel Klein, então, se tornou o rei do comércio varejista popular, principalmente de móveis e eletrodomésticos.
Samuel Klein dizia que “o bom comerciante só não vai para trás se olhar e seguir sempre em frente. É preciso entender o que o outro precisa para viver. Ganhar e deixar ganhar. O sol nasceu para todos”.
