Morre o poeta Manoel de Barros, aos 97 anos, em Campo Grande (MS)


Ao longo de sua carreira, o poeta recebeu inúmeros prêmios, entre eles dois Jabutis nas categorias poesia e ficção

13/11/2014 18:24 - Atualizado em 17/11/2014 18:11 | Por: Da Redação

Reprodução/Imagem da Internet

Corpo do poeta Manoel de Barros foi sepultado em Campo Grande

Morreu na manhã de hoje (13), aos 97 anos, o poeta Manoel de Barros, vítima de falência múltipla de órgãos. De acordo com o hospital Proncor, de Campo Grande (MS), onde ele estava internado, a morte do poeta foi confirmada às 8h05.

Manoel de Barros foi internado com quadro de obstrução intestinal e passou por uma cirurgia ainda em 24 de outubro e ficou na UTI até o dia seguinte. No último dia 4 de novembro, seu estado de saúde piorou, e ele voltou à UTI, onde permaneceu até o óbito.

Considerado um dos mais importantes representantes da poesia brasileira contemporânea, vencedor de dois prêmios Jabuti e que chegou a ser chamado por Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) de “o maior poeta vivo”, Manoel de Barros vivia na capital sul-mato-grossense com a mulher, Stella, e a filha, Martha.

Conhecido por poemas que incluem elementos da natureza e do cotidiano, em linguagem que se aproximava da oralidade, Manoel de Barros nasceu em Cuiabá (MT), mas passou parte da infância em Corumbá (MS), no Pantanal, fato que marcaria toda sua obra poética.

O velório aconteceu no cemitério Parque das Primaveras (av. Fellinto Muller, 2.211), em Campo Grande, das 13h30. O sepultamento aconteceu às 17h.

Breve histórico

Nascido em 1916 em Cuiabá (MT), Manoel Wenceslau Leite de Barros atuou no Rio de Janeiro como membro da Juventude Comunista entre 1935 e 1937, mas abandonou o partido, decepcionado com o líder Luís Carlos Prestes.

O ano de 1937 também marcou sua estreia literária, com o livro “Poemas Concebidos sem Pecado”, edição artesanal de 21 exemplares confeccionada por amigos. Depois disso, Barros passou a publicar com regularidade.

Depois de se formar em direito no Rio de Janeiro (RJ) e de estudar cinema e pintura no MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), Barros se fixou em Campo Grande a partir de 1960, onde se tornou criador de gado.

Ao longo de sua carreira, Barros recebeu inúmeros prêmios, entre eles dois Jabutis nas categorias poesia e ficção, respectivamente, pelos livros “O Guardador das Águas” (1989) e “O Fazedor de Amanhecer” (2001), além do prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de melhor poesia, por “Poemas Rupestres” (2004).

Em 2013, a editora Leya republicou a obra completa de Manoel de Barros, em uma caixa especial com 18 livros, em novas edições.