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Dilma Rousseff (PT) foi reeleita presidente do Brasil hoje (26) com 51,64% dos votos válidos. Ela venceu o candidato do PSDB, Aécio Neves, em uma disputa de segundo turno mais acirrada da história do país. Ele obteve 48,36% dos votos, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Assim que foi confirmada a reeleição da presidente, Aécio disse ter ligado para Dilma. Em seu discurso em que reconheceu a derrota, Aécio disse ter cumprido sua missão nesta eleição e que a prioridade do novo governo é "unir o Brasil".
"Combati o bom combate, cumpri minha missão e guardei a fé", mencionou o candidato do PSDB ao citar o apóstolo São Paulo em seu discurso.
PT sofre sua maior derrota em São Paulo
Apesar da reeleição de Dilma para mais quatro anos como presidente da República, o PT sofreu nestas eleições sua pior derrota no Estado de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país.
Com apenas 36% dos votos válidos, a petista não conseguiu atingir a média de desempenho do PT entre os paulistas e perdeu o segundo turno por uma diferença de quase 7 milhões de votos. Nas últimas três eleições, o pior resultado do partido havia sido em 2010, quando Dilma conseguiu 46% no segundo turno das eleições.
Por outro lado, Aécio Neves teve o melhor desempenho histórico do PSDB no Estado. Ele atingiu 64% dos votos, desempenho superior aos de José Serra e Geraldo Alckmin, que foram governadores de São Paulo antes de se candidatarem à presidência.
Dilma pede união no primeiro discurso após ser reeleita
Em seu primeiro pronunciamento público como presidente reeleita do Brasil, Dilma Rousseff afirmou que sua vitória nas urnas não dividiu o país. "Conclamo ao povo, sem exceção, para nos unirmos em favor de nosso país, de nossa pátria e de nosso povo. Não acredito, do fundo do meu coração, que essas eleições tenham dividido o país", disse.
Dilma falou à militância de seu partido em um hotel de Brasília (DF) ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de seu vice-presidente Michel Temer (PMDB), entre outros.
Referindo-se à campanha, a presidente reeleita disse ter "esperanças de que a energia mobilizadora tenha preparado pontes". E acrescentou: "Com a força desse sentimento mobilizador, é possível encontrar pontos em comum, e criar uma base de entendimento".
Dilma disse ainda que "uma reeleição é um voto de esperança na melhoria de um governo".
Votos brancos e nulos caem, mas abstenção é maior
A quantidade de eleitores que optaram em não votar em nenhum dos dois candidatos a presidência neste segundo turno seguiu a tendência verificada em todas as eleições presidenciais desde 1989. Com a opção de escolher entre apenas dois candidatos, o percentual de votos brancos e nulos sempre caiu no segundo turno quando comparado com o primeiro.
Neste segundo turno votaram em branco ou anularam 6% dos eleitores, enquanto que no primeiro turno o percentual foi de 10%. A mesma situação se repetiu em todas as disputas pela presidência da República decididas no segundo turno: em 1989, quando Fernando Collor de Mello foi eleito; em 2002 e 2006, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi levado ao Planalto; e em 2010, quando Dilma ganhou a disputa. Em 1994 e 1998, Fernando Henrique Cardoso foi eleito já no primeiro turno das eleições.
Por outro lado, as ausências de eleitores têm padrão inverso ao dos votos brancos e nulos. A quantidade de pessoas que não vai votar tende a aumentar do primeiro para o segundo turno das eleições.
No entanto, neste ano, entre a primeira e a decisiva votação, o número de abstenções passou de 19% para 21%. Se comparado com as eleições passadas, o número ficou praticamente estável.