Fogo destrói canavial em Bilac; caminhão e bombeiros tentam conter as chamas


Bituca de cigarro pode ter sido a causa do incêndio, diz morador de Bilac

02/09/2014 16:40 - Atualizado em 05/09/2014 23:41 | Por: Otávio Manhani

João Paulo Rodrigues/Colaborador

Chamas podem ser vistas a quilômetros de distância

Um incêndio de causas ainda desconhecidas está destruindo um canavial que margeia a rodovia Gabriel Melhado (SP-461), nas proximidades do bairro Taquari, em Bilac (entre Bilac e Birigui), neste momento.

No local está um caminhão-pipa da Prefeitura de Bilac e dois caminhões-pipa de uma usina da região tentando conter as chamas, que seguem próximo a uma reserva ambiental. Três propriedades rurais foram atingidas. Não se sabe se há vítimas.

Devido ao tempo seco, as chamas estão se alastrando rapidamente rumo ao rio Baguaçu. Apesar da fumaça, a estrada não precisou ser interditada. Até o início da noite de hoje (2) as chamas não tinham sido controladas.

De acordo com um morador de Bilac que foi ao local para colaborar no combate às chamas, o fogo teria iniciado em decorrência do descarte de uma bituca de cigarro. Porém, a hipótese não foi confirmada pelas autoridades. O morador pediu que não fosse identificado.

Queima da palha da cana está proibida no Estado de São Paulo

A queima da palha da cana-de-açúcar está proibida a partir desde o dia 2 de junho deste ano no Estado de São Paulo no período entre as 6h e 20h. A proibição acontece todos os anos, até 30 de novembro, por ser uma época em que a umidade relativa do ar fica em torno de 20%.

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) informou que irá monitorar a umidade do ar entre 12h e 17h para saber as condições climáticas dos municípios e, caso seja necessário, proibir a queima da palha nos demais horários.

A região de Ribeirão Preto é a que mais queima palha da cana no Estado, segundo dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Em março deste ano, por exemplo, 1 em cada 4 hectares (10 mil metros quadrados corresponde a 1 hectare) passaram pelo processo de queima.

Usina é multada em R$ 400 mil por incêndio ilegal em canavial de MS

A Polícia Militar Ambiental multou em R$ 400 mil uma usina sucroalcooleira por incêndio sem autorização em um canavial em Angélica, a 243 km de Campo Grande (MS). Segundo a corporação, o caso ocorreu no dia 23 de agosto, mas a autuação ocorreu no dia 25.

O crime foi descoberto após denúncia anônima. Os policiais foram até o local e encontraram uma área queimada de 400 hectares. Os donos do local afirmaram aos militares que o incêndio começou em uma máquina de colheita acoplada a um trator e não conseguiram controlar as chamas.

A Polícia Militar Ambiental verificou e encontrou o trator e a máquina queimados no local de incêndio. Os responsáveis responderão por crime ambiental de forma culposa (quando não há intenção). A pena, em caso de condenação, é de seis meses a um ano de prisão.

Colheita mecanizada de cana atinge 83% em SP e reduz queima

A colheita mecanizada da cana-de-açúcar chegou a 83% das áreas da cultura no Estado de São Paulo, maior produtor mundial, graças ao protocolo para zerar a queima da palha para a colheita assinado entre o governo e o setor sucroenergético em 2006. À época, a colheita mecanizada representava 34,2% da área.

Dados das Secretarias do Meio Ambiente e da Agricultura apontam que sete milhões de hectares de cana deixaram de ser queimados na safra 2013/2014 e que a redução de poluentes emitidos pelos canaviais corresponde à emissão de gases por 77,5 mil ônibus movidos a diesel.

Pelo protocolo, a safra 2014/2015 será a última em que haverá colheita com queima em áreas mecanizáveis. No Estado, a expectativa é de que até 2017 toda a retirada será feita com máquina.

Os dados divulgados na Agrishow apontam ainda que existem 3.056 máquinas para a colheita de cana em operação no Estado, e que a redução na queima da palha da cana fez com que 44 milhões de toneladas de gases causadores do efeito estufa e 27,7 milhões de toneladas de partículas poluentes deixaram de ser emitidos na operação.

Mais informações a qualquer momento.

Com informações de João Paulo Rodrigues, de Bilac (SP)

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