Otávio Manhani/Jornal Comunicativo
Piacatu sediou ontem (15) a 8ª Conferência Intermunicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. O evento, que aconteceu no clube social e recreativo da cidade das 8h às 12h, reuniu pouco mais de 60 pessoas.
Entre os participantes estiveram no evento 10 representantes de Bilac e 16 de Gabriel Monteiro. Os demais foram de Piacatu, que inclui educadores, conselheiros tutelares, integrantes do programa Ação Jovem além de algumas autoridades do município e cidades vizinhas. A solenidade foi aberta pelo prefeito Nelson Bonfim (PTB).
A palestra foi ministrada pela assistente social, especialista em relações interpessoais, docente dos cursos de pós-graduação do Imbrape - Londrina (PR) e professora do curso de Serviço Social da Fundec de Dracena, Neli de Faria Henriques Caccozzi, que abordou o tema “Construindo diretrizes da política e do plano decenal”.
Durante sua fala, a palestrante chamou a atenção dos participantes com relação à compaixão, que segundo ela, deve fazer parte na pauta de trabalho de todos, destacando que “muitos só enxergam o que querem ver”.
Neli citou que a população infanto-juvenil é a que mais sofre com a ausência de compaixão porque não tem perspectiva. “A criança e o adolescente deve ter projetos de vida, sonhos. Eles têm que ter boas referências, como um professor, um artista, um jogador de futebol”, exemplificou.
A presidente do Comdicap (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Piacatu), Juliana Cracco Verga Saboto, informou que a discussão da conferência girou em torno de cinco eixos orientadores, onde os participantes levantaram algumas propostas para o plano decenal.
De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) que foram apresentados no evento, o Brasil possui 1,7 milhão de crianças entre 5 a 14 anos trabalhando, sendo que 53% delas vendem bala nos faróis ou pedem dinheiro na rua.
A palestrante ressaltou que o descaso e a negligência contribuem com tal situação e que a sociedade deve “abrir os olhos para a realidade” ao invés de negá-la.