Adolescente e conselheira tutelar retornam à Piacatu


Garotas foram encontradas em Campo Grande (MS) pelo pai da adolescente

15/08/2009 14:23 - Atualizado em 27/07/2023 21:22 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani/Jornal Comunicativo

A adolescente de 16 anos que fugiu na companhia de uma conselheira tutelar de 25 anos, ambas de Piacatu, foi encontrada pelo pai, um funcionário público de 44 anos, em Campo Grande (MS). Sem avisar ninguém, elas deixaram a cidade no dia 15 de junho deste ano.

O pai da adolescente informou que ficou sabendo do paradeiro da filha por meio de um telefonema feito por ela à mãe no dia 7 deste mês, solicitando dinheiro. Os pais da garota são separados.

Após o filho ter insistido à mãe que informasse o número do telefone de sua irmã para que o pai entrasse em contato com ela, o funcionário público disse ter ligado imediatamente para a filha e dito que estaria disposto a enviar alguém para buscá-la, caso ela quisesse.

Tendo concordado em que fosse buscá-la, o pai, juntamente com seu filho e o padrasto da garota, saíram na madrugada do dia seguinte (8) rumo à Campo Grande. Ela não sabia que o pai também iria.

Chegando ao local onde estava hospedada, em uma casa de fundos pertencente a um casal de idosos, o pai comentou que houve resistência por parte da, agora, ex-conselheira tutelar, que não queria permitir que a filha retornasse com ele.

A ex-conselheira explicou que, de fato, tentou impedir que a adolescente voltasse com o pai, mas justificou que o combinado entre elas era de que voltassem à Piacatu juntas. Ela ainda disse que decidiram retornar ao município de origem porque a mãe da adolescente estaria com problemas de saúde.

“Acabou minha agonia e as noites mal dormidas. A minha parte eu fiz. Considero caso encerrado”, comentou o pai da adolescente, que também informou que agora não vai mais falar sobre este assunto. A garota está morando com sua mãe, em uma chácara.

O funcionário público faz questão de agradecer todas as pessoas que o ajudaram na solução deste caso, como a imprensa regional, colegas de trabalho, prefeito e autoridades policiais da região.

GRAVIDEZ E EMPREGO

Antes de fugir com a conselheira tutelar, a adolescente namorava um rapaz da cidade, também menor de idade. Semanas após ter ‘sumido’, surgiram comentários de que ela estaria grávida. A adolescente desmentiu a hipótese de uma gravidez.

Questionada sobre o desaparecimento de aproximadamente R$ 2 mil da Paróquia São José (entre dízimo, catequese e grupo de jovens), onde também trabalhava como secretária, a ex-conselheira negou a acusação e informou que só ficou sabendo do sumiço do dinheiro somente quando voltou de Campo Grande, no sábado (8).

A ex-conselheira tutelar fez questão de frisar de que tem consciência do que fez, mas disse não se arrepender de nada. “Sei que errei, mas, no momento, não me arrependo do que fiz. Pode ser que o arrependimento venha depois, daqui uns trinta dias, um ano. Mas, por enquanto, não me arrependo de nada”, enfatizou.

Quanto aos seus dois antigos empregos, a ex-conselheira disse estar ciente de que ficou caracterizado como abandono de emprego, segundo artigo 482 da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), e que, apesar do que aconteceu, pretende permanecer em Piacatu. “Já tive até proposta de trabalho”, comentou.

A ex-conselheira ressaltou, ainda, que o principal motivo que a fez fugir para outra cidade foi pelo fato de estar sendo ameaçada pelo pai da adolescente e que, inclusive, chegou a abrir um boletim de ocorrência no dia 13 de março, quando foi ameaçada pela primeira vez. “Depois disso teve outras [ameaças]”, completou.

O pai da adolescente nega que, na época, tenha intimidado a então conselheira tutelar, mas afirmou que pediu a ela que se afastasse de sua filha por haver alguns comentários na cidade de que as duas teriam um caso amoroso.

Com relação a tais rumores, a ex-conselheira tutelar disse que, de fato, há um sentimento recíproco muito forte entre ela e a adolescente.