Otávio Manhani/Jornal Comunicativo
Tem que diversificar. Esta afirmação é do haveicultor Alcides Menani, 76 anos, proprietário do Sítio Uirapuru, localizado no bairro rural Barreiro, em Piacatu. Em uma área entre 45 e 50 hectares, há um seringal contendo 24.500 árvores.
De acordo com o produtor rural, do total de seringueiras em sua propriedade, 15 mil delas foram adquiridas por meio do programa de incentivo de mudas oferecido pela Prefeitura de Piacatu. “Se não fosse este incentivo eu não teria plantado”, disse.
Menani, que é morador da cidade de Bilac, elogiou a iniciativa da Prefeitura de Piacatu que, desde agosto de 1999, implantou esta lei municipal. Na época, a lei começou com o incentivo ao plantio de mudas de café.
Devido a procura por produtores rurais, ao longo dos anos a lei foi alterada para atender a outras culturas. De acordo com a lei municipal, a Prefeitura fica autorizada a subsidiar em 50% o valor das mudas. Cada produtor rural pode solicitar até cinco mil mudas ao ano.
O haveicultor, que também é professor de geografia aposentado, informou que há 2.700 árvores no seringal que foram plantadas há sete anos, as quais devem começar a “sangrar” na próxima safra. Sangrar é o termo utilizado para extrair o látex da seringueira.
O produtor rural também lamentou a falta de mão-de-obra neste setor. Segundo ele, há duas famílias que trabalham em sua propriedade que vieram das cidades de Buritama e Parapuã para morar em Piacatu. Ao todo, sete pessoas trabalham na extração do látex.
Conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) de 2018, o município de Piacatu produziu 480 toneladas de látex coagulado (borracha) em uma área de 160 hectares, tendo como rendimento médio 3.000 quilos por hectare.