Adolescentes de Piacatu despontam no meio esportivo


Projeto social ‘Bom de Bola Bom na Escola’ serviu como ‘ponte’

21/05/2010 11:18 - Atualizado em 02/12/2021 18:54 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani - Arquivo/Jornal Comunicativo

Jéferson e Joshua durante treinamento, em Piacatu

Resultado de um trabalho que teve início há dois anos em Piacatu, os adolescentes Jéferson de Souza Ferreira, o Pimpolho, 15 anos, e Joshua Cristian Pinheiro Santiago, 13 anos, são a revelação do projeto social “Bom de Bola Bom na Escola”.

Pimpolho está em Curitiba (PR) há pouco mais de um mês, onde integra a equipe do Atlético Paranaense. Lá, já fez novas amizades e dá sequência aos seus estudos. O garoto cursa a oitava série do ensino fundamental.

Para a mãe de Pimpolho, a pespontadeira Cleuza Alves de Souza Ferreira, 40 anos, a oportunidade que o filho teve foi muito boa. “É um sonho dele. Peço à Deus que ele consiga ficar lá [no time]”, comentou.

Mesmo não tendo conhecido o lugar onde o filho está, Cleuza disse que assim que surgir uma chance viajará ao Sul. “Converso com ele [o filho] por telefone toda semana. Ele diz que está gostando”, acrescentou.

A pespontadeira ainda disse estar satisfeita com o trabalho de treinador Santana e o apoio dado pelo prefeito Nelson Bonfim (PTB), os quais, segundo ela, não mediram esforços. “O Santana faz coisas para os alunos que, às vezes, nem os pais fariam. A mesma coisa o prefeito. Sou muito grata à eles”, concluiu.

O outro adolescente, Joshua, passou sete dias pelo CT (Centro de Treinamento) do São Paulo, em Cotia (SP), no mês de março deste ano.

De acordo com Santana, em 12 de julho o garoto retorna ao CT, por onde passará em novas avaliações e retornará ao município para concluir os estudos. “Em novembro, Joshua voltará ao CT do São Paulo e, a partir do ano que vem, ficará hospedado no CT, em Cotia”, explicou.

O PROJETO

O projeto, coordenado por José Aparecido Santana, o Bambam, conta atualmente com 286 alunos com idade entre 6 e 17 anos. O treinamento acontece no estádio municipal José Sebastião Martins “Zico”, onde as aulas são divididas em cinco turmas.

Conforme informou Santana, às terças e sextas-feiras é aplicado treinamento tático e físico. “Os alunos que estudam no período da tarde treinam de manhã [8h30 às 11h] e quem estuda no diurno treina à tarde [13h30 às 16h]”, explicou o coordenador-treinador.

Santana ressaltou a importância da parceria e o trabalho voluntário, comparando-os com pilares de sustentação. “Sem o respaldo da prefeitura não daria para trabalhar. Também se não tivesse o apoio dos voluntários seria humanamente impossível desenvolver este trabalho que já está dando bons frutos”, acrescentou.

Para participar do projeto, o aluno deve frequentar a escola e tirar boas notas. Para isso, Santana disse visitar as escolas a cada 15 dias para verificar o desempenho dos alunos. Com isso, o treinador espera que o projeto se estenda a outros garotos que ainda não puderam participar.

DIFICULDADES

Mesmo com o apoio da Prefeitura, Santana disse que o projeto está aberto a parcerias público-privadas. “Estamos em busca de pessoas ou empresas que têm interesse em contribuir com nosso projeto. A ajuda é imprescindível”, destacou.

Para manter a organização, o coordenador-treinador conta com o trabalho voluntário de três pessoas: João Mendonça, Daniela Molina e Cido, do município de Gabriel Monteiro. “Sem eles certamente este trabalho não estaria de pé até hoje”, afirmou.