Otávio Manhani - Arquivo/Jornal Comunicativo
Divulgado no dia 1º deste mês o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de todas as escolas do Brasil. As etapas avaliadas são os anos iniciais (1ª a 4ª séries), os anos finais (5ª a 8ª séries) e o ensino médio. Os alunos são avaliados pelo Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e pela Prova Brasil.
De uma forma geral, os três níveis avaliados alcançaram as metas estabelecidas pelo MEC (Ministério da Educação). A primeira etapa do ensino fundamental (1ª à 4ª série) ficou com nota média de 4,6, enquanto que a segunda etapa (5ª a 8ª série) ficou com 4,0
O ensino médio, por sua vez, teve média de 3,6. Apesar de “vermelhas”, as médias estão acima das metas traçadas pelo governo para o ano de 2009, que eram de 4,2; 3,7 e 3,5 respectivamente. A nota é medida numa escala que vai de 0 a 10.
QUEM DESCEU E QUEM SUBIU
Dos cinco municípios onde circula o Comunicativo, apenas dois apresentaram queda nas notas do Ideb. Em Clementina, que em 2007 obteve nota 5,2, desta vez ficou com 4,8. A reportagem entrou em contato com a responsável pelo departamento de Educação do município, mas ela não foi localizada para falar sobre o resultado.
Em Santópolis do Aguapeí, que até então era detentora da maior nota do Ideb 2007 entre os municípios vizinhos, com nota 5,9, apresentou uma pequena queda e ficou com 5,8.
A secretária municipal da Educação, Silvia Elaine Alves Pio, explicou que “a falta de informação” por parte da equipe escolar fez com que o município registrasse esta ligeira queda.
“Deveríamos ter informado que havíamos uma classe com defasagem de idade e aprendizagem. Por não termos constato isso, nosso índice caiu”, justificou a secretária.
Silvia informou que as providências já estão sendo tomadas com relação ao resultado do Ideb. Entre as medidas adotadas para o próximo semestre, os alunos do 1º ano do ensino fundamental terão o professor e um professor-auxiliar em sala de aula.
A secretária da Educação de Santópolis do Aguapeí ainda disse que esta medida possivelmente poderá ser aplicada em outras séries a partir do próximo ano.
Bilac foi a cidade que obteve a maior nota do Ideb onde o Comunicativo circula: 6,2. Em 2007, o município apresentou nota 5,1.
A reportagem entrou em contato com a direção da Emeif General Lima Figueiredo para se pronunciar sobre o índice, mas a informação foi de que a diretora Zélia Melhado estava viajando.
O município de Gabriel Monteiro também registrou avanço no Ideb: 5,9 ante 5,4 em 2007. Para falar sobre o resultado, entramos em contato com a diretora da Emeif Maria Gazot Talarico, Neila Cristina Bianchini, a qual preferiu comentar sobre o índice posteriormente, devido ainda haver algumas pendências relativas ao resultado.
Piacatu também apresentou nota maior que em 2007, passando de 4,9 para 6,0. O diretor da Emef Prof Eládio Rosseto, Luiz Antonio Navacchio, atribuiu o índice ao bom desempenho da equipe escolar, ressaltando o trabalho em conjunto.
O QUE É O IDEB?
Criado em 2007, o Ideb representa a “nota” do ensino básico no país. Numa escala que vai de 0 a 10, o MEC fixou a média 6 como objetivo para o Brasil a ser alcançado até 2021.
O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar obtidos no Censo Escolar, médias de desempenho nas avaliações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Saeb para os Estados e o Distrito Federal, e a Prova Brasil para os municípios.
O Ideb serve tanto como diagnóstico da qualidade do ensino brasileiro, como baliza para as políticas de distribuição de recursos (financeiros, tecnológicos e pedagógicos) do MEC.
Se uma rede municipal, por exemplo, obtiver uma nota muito ruim, ela terá prioridade de recursos. O índice é divulgado a cada dois anos.
POR QUE META DE 6?
O objetivo do MEC é que o Brasil atinja nota 6 nas avaliações de 2021, embora as notas sejam divulgadas em 2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil.
Chegou-se a esse número com base na média das notas de proficiência dos países desenvolvidos da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), uma organização internacional e intergovernamental que agrupa os países mais industrializados da economia do mercado.
“A ideia é chegar na média dos bons”, explicou o professor da USP (Universidade de São Paulo) e ex-presidente do Inep, Reynaldo Fernandes.
Para ele, a nota 10 seria a excelência, como na vida escolar. “Um país como a Finlândia [cujo sistema educacional é reconhecido como um dos melhores do mundo] teria 7,5 [de nota comparável com Ideb]”, comparou Fernandes.