Dilma Rousseff é eleita a primeira mulher presidente do Brasil


Ex-ministra sucederá o governo com maior aprovação popular da história

31/10/2010 22:50 - Atualizado em 30/12/2020 21:24 | Por: Otávio Manhani

Reprodução/Imagem da Internet

Dilma Rousseff será a primeira mulher a governar o Brasil

Dilma Vana Rousseff Linhares, 62 anos, foi eleita neste dia 31 a presidente do Brasil com 56,05% dos votos válidos, o que corresponde a exatamente 55.752.529 votos. Com a vitória, ela entra para a história do país como a primeira mulher presidente do Brasil.

Filiada ao PT, Dilma derrotou neste segundo turno o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que teve 43,95% dos votos válidos (43.711.388 votos). Votos nulos somaram 4,4% e brancos 2,3%.

A petista foi ministra da Casa Civil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre junho de 2005 até março deste ano, quando oficializou sua candidatura à presidência da República. Ela também foi ministra de Minas e Energia ente 2003 e junho de 2005.

Apesar da votação considerada expressiva, a sucessora de Lula não alcançou a votação de 2006 do atual presidente quando, naquele ano, Lula obteve mais de 58 milhões de votos.

Na comparação com o primeiro turno, quando Dilma venceu em 18 Estados, Serra em oito e Marina Silva (PV) foi a mais votada no Distrito Federal, a petista saiu vitoriosa neste segundo turno em 15 Estados e no Distrito Federal, enquanto que o tucano venceu em 11 Estados.

Dilma, agora, sucederá o governo com maior índice de aprovação popular da história do país, que é de 84%, segundo o Datafolha.

NA REGIÃO

Entre os municípios onde circula o Comunicativo, Dilma só venceu em Santópolis do Aguapeí, com 51,49% (1.213) dos votos válidos. José Serra registrou 48,51% (1.143 votos).

Já a menor votação da petista foi em Gabriel Monteiro, onde teve apenas 26,18% (492) dos votos válidos. Em contrapartida, Serra obteve a maior porcentagem: 73,82%, o que corresponde a 1.387 votos.

Dilma também perdeu em Bilac. Lá ela teve 31,66% (1.370 votos), enquanto Serra registrou 68,34% (2.957 votos). Em Piacatu, a petista obteve 36,16% (1.172) e Serra 63,84% (2.069).

No município de Clementina não foi diferente. Dilma também não foi a preferida dos eleitores, e teve 44,79% (1.643 votos). Já o tucano registrou 55,21% (2.025 votos).

ABSTENÇÃO

A abstenção no segundo turno da eleição presidencial deste ano registrou 21,50%. Isso significa que 29.197.152 pessoas deixaram de ir às urnas nesse dia 31. O Brasil possui um eleitorado de 135 milhões de pessoas.

Conforme informou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), este é o maior índice registrado desde 1989, quando o Brasil voltou a eleger seu governante de forma direta.

Em 2006, quando Lula derrotou o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a abstenção no segundo turno foi de 18,99%. Em 2002, quando Lula venceu o tucano José Serra no segundo turno, 20,46% dos eleitores deixaram de votar.

Em 1989, na primeira eleição direta para presidente após a Ditadura Militar (1964-1985), quando Fernando Collor de Mello derrotou Lula no segundo turno, o índice de abstenções no país foi de 14,40%.

DISCURSO

Em seu primeiro pronunciamento após o anúncio do resultado do segundo turno, a presidente eleita afirmou na noite deste dia 31, em Brasília (DF) que, em seu governo, terá como compromisso a meta de erradicar a miséria do Brasil.

Ela fez um apelo para que todos os setores da sociedade a auxiliem na tarefa. “Vou fazer um governo comprometido com a erradicação da miséria e a criação de oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras. Mas, humildemente, faço um chamado à nação, aos empresários, trabalhadores, imprensa, pessoas de bem do país para que me ajudem”, completou.

Dilma também disse que pretende recorrer sempre que necessário o presidente Lula. “Baterei muito em sua porta, e tenho certeza de que a encontrarei sempre aberta”. Ela ainda classificou como um “privilégio” a convivência com Lula e destacou a “inteligência” do presidente.

“Agradeço muito especialmente e com emoção ao presidente Lula, ter a honra do seu apoio, o privilégio da sua convivência. A alegria que eu sinto hoje pela minha vitória se mistura com a emoção da sua despedida”, concluiu Dilma.