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Na região administrativa de Araçatuba, composta por 43 municípios, há pelo menos 227 casais homossexuais vivendo em união estável. É o que mostram os dados do Censo 2010, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em todo o Brasil, o número passa de 60 mil casais. Destes, a região Sudeste é a que mais registrou casais em união homoafetiva (32.202), seguida pelo Nordeste, com 12.196 casais. O Norte tem o menor número de casais do mesmo sexo: 3.429, seguido do Centro-Oeste, com 4.141. A região Sul tem pouco mais de oito mil casais homossexuais.
Entre os Estados, São Paulo é o que tem a maior quantidade de casais homossexuais (16.872) e Roraima é o que tem menos, com apenas 96 casais que se declararam homossexuais.
Esta foi a primeira vez que o tema foi incluído na pesquisa demográfica nacional, devido aos novos arranjos sociais.
Entre os municípios da região, Araçatuba aparece com o maior número de casais gays: 72. Na sequência aparece Birigui, com 60 casais, Andradina, com 13, e Penápolis com 12.
Das 43 cidades da região, somente 13 não registraram casais gays morando na mesma residência. Entre os municípios onde circula o Comunicativo, Bilac registrou duas uniões homoafetivas. Já Clementina, Gabriel Monteiro e Piacatu tiveram apenas um registro cada. Santópolis do Aguapeí não registrou nenhum casal gay.
Porém, o IBGE aponta que o número de casais homossexuais tende a ser bem maior, pois o questionário foi formulado de modo a não obrigar nenhum casal a se reconhecer gay.
DIREITOS HOMOSSEXUAIS
O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou no último dia 17, após um intenso debate e uma votação apertada, uma resolução histórica destinada a promover a igualdade dos indivíduos sem distinção da orientação sexual, apesar da oposição dos países árabes e africanos.
A resolução, muito aplaudida, recebeu 23 votos favoráveis, 19 contrários e três abstenções. De acordo com a Anistia Internacional a homossexualidade segue proibida em 76 países.
A representante dos Estados Unidos, Eileen Donahoe, afirmou que a resolução entra para a história da luta pela igualdade e a justiça. “É um passo importante para o reconhecimento de que os direitos humanos são de fato universais”, ressaltou.
É possível viver bem sem sexo, dizem especialistas
Esta o assexual ouve direto: “Como sabe que não gosta de sexo se nunca fez?”.
A pedagoga Elisabete Oliveira, que pesquisa assexualidade no doutorado da USP, rejeita a lógica. “Quando se é heterossexual, ninguém pede provas. Alguém pergunta se você transou com um gay para ter certeza de não ser um?”, questiona a especialista.
Em alguns casos, o desinteresse pode, sim, ser sintoma de algo errado, como hormônios desregulados.
Mas Elisabete questiona “a crença de que o desejo é universal”. Há pessoas que simplesmente não o sentem e vivem bem.
“Os assexuais não se veem como doentes, alguém que sofreu um trauma de infância ou algo do tipo”. E não é a parte fisiológica que vem “quebrada”, diz Elisabete.
Antes de se definirem assexuais, “alguns até fazem sexo, pois pensam que é a coisa 'normal'. Mas não sentem atração”, acrescenta a especialista.
A falta de apetite sexual só deve ser tratada se virar um incômodo, segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, Maria Luiza de Araújo.
“Temos que tomar cuidado com a tendência de medicar tudo. Se o jovem se sentir bem assim, pode levar uma vida perfeitamente normal sem pôr a sexualidade como ponto principal”.