Otávio Manhani/Jornal Comunicativo
Não há data definida de quando serão abertas as inscrições para concorrer ao sorteio das 40 casas populares que estão sendo construídas em Piacatu. Esta é a informação divulgada pela Prefeitura que, inclusive, ressalta que tanto as inscrições quanto o sorteio serão realizados pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) do Estado de São Paulo.
“A única participação do município neste processo será ceder um local para que a CDHU receba as inscrições, que provavelmente será no Centro Comunitário Mansueto Vendrame”, adianta o prefeito Nelson Bonfim (PTB).
A construção do cohab (conjunto habitacional), denominado “Piacatu F”, teve início em maio deste ano após o TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) ter aprovado o convênio, o qual foi firmado em dezembro 2011 entre a CDHU e a Prefeitura de Piacatu.
Cada imóvel mede 56,67 metros quadrados, contendo dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro. As casas terão ainda aquecedor solar, estrutura metálica ao invés de madeira, piso cerâmico e forro. A obra, que está sendo construída em frente ao Matadouro Municipal, está orçada em R$ 2,6 milhões.
As últimas moradias populares inauguradas na cidade pela CDHU foi em outubro de 2008, ocasião em que foram entregues 26 unidades habitacional do cohab Ermelindo Pagliari.
No final de agosto do ano passado, a Prefeitura de Piacatu entregou 29 casas para as famílias contempladas com o programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. Cada imóvel mede 36,9 metros quadrados e possui dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro. O empreendimento custou R$ 390 mil.
Preocupação na Câmara
Durante sessão ordinária do Legislativo no dia 5 deste mês, alguns vereadores se demonstraram preocupados com a questão habitacional no município.
O vereador José Carlos da Silva, o Totô (PMDB), comentou sobre o déficit habitacional na cidade. “Vocês [vereadores] vão se surpreender com o número de inscrições que serão feitas para essas 40 casas. Vai ser um ‘Deus nos acuda’”, opinou o peemedebista.
De acordo com Totô, “a cidade cresceu e pouco se foi feito na questão de construção de moradias populares”. O parlamentar pediu mais empenho do prefeito nesta questão. “Que o prefeito busque mais recursos para amenizar o déficit habitacional na cidade”, sugeriu Totô.
Outra preocupação apontada pelo vereador Paulo Henrique Zeri de Lima (PSDB) é com relação aos critérios adotados pelo governo do Estado para as pessoas serem contempladas, e não necessariamente a quantidade de casas.
“Eu vejo um problema muito maior do que o número de inscrições e a pouca quantidade de casas. Parece que pela diretriz do Estado, a pessoa que mora ou trabalha no município há três anos já tem o direito de se inscrever para o sorteio. Com certeza teremos casos de pessoas que estão na cidade há três anos e que poderão ser contempladas por sorteio, assim como terá casos de pessoas que moram no município há dez ou vinte anos e não sejam beneficiadas”, avisou Paulo Lima.
O parlamentar destacou que por mais que sejam explicados os critérios, muitas pessoas não entenderão. Porém, o vereador frisou que se trata de uma diretriz adotada pelo governo do Estado e que, portanto, o município não tem como interferir nesta questão.
Ainda sobre as casas populares, o vereador Paulo Cezar Vendrame (PMDB) sugeriu que o diretor regional da CDHU fosse convidado para ir ao município explicar aos inscritos como funciona o procedimento para ser contemplado. “Mas isso deve acontecer antes do sorteio das casas”, recomendou o vereador.