Enem: Escolas da região conseguem atingir média


Santópolis registrou a maior média; já Gabriel Monteiro sequer atingiu

15/09/2011 21:28 - Atualizado em 23/02/2020 21:36 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani/Jornal Comunicativo

Quatro das cinco escolas analisadas obtiveram êxito no Enem 2010

Das cinco escolas da rede estadual de ensino onde circula o Comunicativo e que prestaram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) no ano passado, só uma não conseguiu atingir a média estipulada, que é de 511,21. Em todo o país, 63,64% das escolas que participaram do Enem não conseguiram atingir a nota média.

A escola que não conseguiu atingir a média foi a EE Antonio Kassawara Katutok, de Gabriel Monteiro, com nota 504,91. A reportagem entrou em contato com a direção da escola para comentar sobre o resultado, mas a informação foi de que não poderia dar entrevista relacionada a Educação, que tal atitude seria uma recomendação da Diretoria de Ensino de Birigui.

Neste mesmo cenário, a EE Manoel Bento Neto, de Santópolis do Aguapeí, aparece com média 551,63. Para o professor-coordenador da escola, José Carlos Corghe, o resultado do Enem 2010 é a soma de professores comprometidos e alunos interessados.

Corghe explica ainda que, com relação ao Enem, os professores trabalham atividades diversificadas com os alunos durante todo o ano, já visando o Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo). “Incentivamos bastante os alunos a participarem do Enem”, conclui.

Na sequência aparece a EE Enzo Bruno Carramaschi, de Bilac, com nota média de 539,80 e EE Profª Cinelzia Lorenci Maroni, de Piacatu, com média de 536,68. Na lista também aparece a EE de Clementina, da cidade de Clementina, com média 522,57.

COMO LER OS DADOS?

Por conta da TRI (Teoria de Resposta ao Item), quanto mais longe da média a escola estiver, muito melhor (ou muito pior) será o desempenho dela. Isso quer dizer que a proficiência de uma unidade que tirou 511,22 (0,1 acima da média) não é muito diferente de outra que teve nota 511,20 (0,1 abaixo). No entanto, uma escola 600 saiu-se bem melhor do que uma 400.

Para chegar à nota da prova objetiva por escola, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) calcula as menções nos exames de linguagens e códigos, matemática, ciências humanas e ciências exatas e da natureza de todos os alunos e tira uma média.

COMO ESCOLHER ESCOLA

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi criado para avaliar a qualidade do ensino médio. Desde 2006, o MEC (Ministério da Educação) tem divulgado a nota do Enem por escola, com dados da prova do ano anterior. E esse indicador tem sido bastante utilizado como critério de escolha da escola, principalmente entre as particulares.

Enem “reprova” 63,64% das escolas, sendo que 99% delas são públicas

Mais da metade das escolas foi “reprovada” no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2010: exatas 63,64% de todas as que tiveram a nota das provas objetivas divulgadas não conseguiram atingir a nota média de 511,21. Ou seja: se o que estivesse em jogo fosse a aprovação ou a reprovação, elas não “passariam de ano”.

No total, 12.532 das 19.689 escolas com médias objetivas divulgadas pelo MEC tiraram nota menor que 511,21. Delas, 12.105 (99,4%) são das redes públicas de ensino. É possível dizer que o desempenho da rede pública piorou em relação a 2009. Naquele ano, as unidades geridas por Estados, municípios e União representaram 96,35% das que ficaram abaixo da então média de 501,58 pontos. Todas as comparações são feitas com escolas de ensino médio regular, excluindo a EJA (Educação de Jovens e Adultos), que não teve os dados de 2010 divulgados.

A situação pode ser ainda pior, já que em 9.176 dessas escolas abaixo da média (mais de 70% delas) a participação dos alunos não chegou à metade do total de matriculados. Ou seja: sendo o Enem voluntário, a tendência é que estudantes em tese mais “preparados” façam a prova, mesmo que, como mostra o resultado, não estejam exatamente bem qualificados. Além disso, há escolas que colocam somente seus melhores alunos para prestar o exame.

Governador desqualifica resultado do Enem

Durante entrevista coletiva à imprensa anteontem (13), em Araçatuba, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), do governo federal, não serve de metodologia para avaliar a qualidade do ensino nas escolas.

Para ele, o método que serve como parâmetro é o Ideb (Índice de Desenvolvimento de Educação Básica), criado em 2007. “O Enem não serve de comparação. Para nós é o Ideb”, enfatizou.

O indicador leva em consideração os dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e as médias de desempenho nas avaliações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica - para os Estados e Distrito Federal), e a Prova Brasil, para os municípios.