Homem é preso acusado de abusar dos filhos em Piacatu; mãe não sabia


Cidade registra segundo caso de abuso em três meses; vítimas estão sob cuidados psicológicos

28/02/2014 20:38 - Atualizado em 31/01/2020 20:47 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani/Jornal Comunicativo

A Polícia Civil prendeu no final da tarde de hoje (28), em Piacatu, um pedreiro de 37 anos acusado de abusar sexualmente dos filhos de 5 e 7 anos. Abalada, a mãe das crianças afirma que não sabia do abuso e que nunca percebeu nada de diferente no comportamento dos filhos nem do marido.

A coordenadora do Centro Educacional do município, onde as crianças frequentam, denunciou o caso ao Conselho Tutelar e à Polícia Civil após ela e algumas professoras observarem algumas atitudes de comportamento anormal.

Conforme relatou a coordenadora - que pediu que seu nome não fosse divulgado -, a menina de 5 anos sempre toma banho na escola por apresentar perda espontânea de fezes e comportamento suspeito durante o banho da região genital, fato que chamou a atenção das funcionárias. No último dia 27, a criança não teria permitido que a professora lavasse seu órgão genital.

Indagada por uma das funcionárias, a menina disse que sentia dores na região genital. Após bastante conversa, a criança falou que o pai a tinha machucado. Questionada onde a mãe dela estava enquanto o pai cometia os abusos, a menina disse que a mãe estava dormindo.

Diante das informações dadas pela criança, a coordenadora do Centro Educacional entrou em contato com a secretária municipal da Educação e o Conselho Tutelar. Conforme prevê o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), a menina foi encaminhada para perícia no IML (Instituto Médico Legal) de Araçatuba.

A secretária municipal da Educação explicou que o procedimento adotado pela instituição está embasado no ECA e que, caso não fizesse tal procedimento, os responsáveis pela criança poderiam ser punidos por omissão.

De acordo com a secretária municipal da Educação, o resultado do laudo constatou que a menina sofreu abusos. Porém, no caso do irmão da menina, o laudo consta como inconclusivo, ou seja, até o momento não foi comprovado o abuso. Consta apenas como suspeita.

Tanto as duas crianças quanto a mãe e familiares delas passam por acompanhamento psicológico. As crianças estão com a mãe. A menina já foi encaminhada para passar por um médico pediatra.

CASO ANTERIOR

Há três meses, mais precisamente no dia 1º de dezembro do ano passado, uma menina de seis anos foi vítima de estupro em Piacatu. O crime aconteceu em uma casa localizada na rua Severino Perina. Na época, a mãe da criança, uma dona de casa de 25 anos, e seu companheiro, um lavrador de 22 anos, foram presos.

Em depoimento, a mãe da menina disse que cochilava no sofá e, quando teria acordado, viu o companheiro em cima da filha. Apesar do fato, ela não acionou a polícia. No dia seguinte a mãe da menina havia comentado com uma garota de 19 anos que cuidava de sua filha que “ele estava em cima dela [da filha]”.

A garota que cuidava da menina disse não ter entendido direito o que a dona de casa queria dizer. No mesmo dia, por volta das 21h, a cuidadora foi buscar a menina para dar banho e comida em sua casa, pois na casa onde a criança morava não havia energia elétrica nem comida.

Ao dar banho na menina, a cuidadora percebeu sangue entre as pernas da criança. Após dar banho e comida, a cuidadora levou a menina para a mãe dela e perguntou o que aconteceu com a menina na noite anterior, ocasião em que a mãe da criança relatou o fato.

A cuidadora, então, disse ter recomendado a mãe da menina acionar a polícia e que, caso contrário, ela mesma faria isso. Ao deixar a casa da menina, uma viatura da Polícia Militar passava pela rua, momento que a cuidadora denunciou o caso.

Feita a denúncia à Polícia Militar, o Conselho Tutelar foi acionado e encaminhou a criança para fazer o exame de corpo de delito. Diante dos fatos, o lavrador foi detido e encaminhado para a cadeia pública de Penápolis. Já a mãe da menina, por ter presenciado o episódio e não ter avisado as autoridades competentes, também foi presa por ser considerada cúmplice dos fatos.

A criança foi enviada para um abrigo no município de Buritama, onde passa por acompanhamento psicológico.