Trio agride médico com socos em hospital de Bilac


Médico foi agredido por três homens que invadiram seu consultório no hospital

05/01/2014 21:39 - Atualizado em 09/01/2020 21:56 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani/Jornal Comunicativo

Três homens invadiram um dos consultórios-médico do Hospital Beneficente de Bilac na tarde do dia 2 deste mês e agrediram um clínico-geral de 33 anos com socos. Além dos três agressores, uma mulher que estava junto com o trio ficou na porta do consultório para impedir que alguém entrasse para socorrer o médico. Funcionários do hospital tentaram conter a briga e acionaram a Polícia Militar.

Na delegacia, um dos agressores, um mecânico de 26 anos, morador de Bilac, disse que o médico teria agredido verbalmente sua avó de 75 anos naquele dia. Pelo menos foi esta versão que a idosa disse aos seus familiares.

Tudo começou quando a idosa passou pelo médico no hospital. Em depoimento à polícia, o clínico-geral informou ter atendido a idosa normalmente e que, antes de ela ir embora, pediu a ele uma receita para comprar diazepam, remédio este utilizado como calmante.

O médico disse ter negado o pedido, e informou à idosa que pelo fato de o medicamento ser controlado, não poderia receitá-lo para uma paciente que ele não acompanhava. Então, o médico orientou a mulher que solicitasse a receita em um Posto de Saúde.

De acordo com o delegado Alessander Lopes Dias, que colheu o depoimento do agressor e da vítima, quando o médico negou a receita à paciente, houve um início de discussão e a idosa acusou o clínico-geral de tê-la chamada de vagabunda.

Ao chegar em casa, a idosa falou sua versão do que teria ocorrido durante sua consulta no hospital. Indignados, familiares da paciente foram ao hospital tirar satisfação com o médico sobre o suposto xingamento, entre eles o mecânico, que é neto da idosa.

Em depoimento, o mecânico alegou que bateu no médico em um momento de fúria. Já o médico negou que tenha xingado a idosa e disse que foi surpreendido com a acusação. O clínico-geral ficou com alguns hematomas no rosto e ficou alguns dias se recuperando da agressão.

O médico, que até então atendia todos os dias no hospital como plantonista, agora atende apenas três vezes na semana. O caso está sendo apurado pela Polícia Civil.

O mecânico foi autuado por desacato e lesão corporal dolosa leve e foi liberado após assinar o termo circunstanciado se comprometendo a comparecer ao Juizado Especial Criminal do Fórum do município assim que for intimado.

Além do depoimento do médico e do mecânico, o delegado deverá ouvir outros familiares da idosa e funcionários do hospital. Assim que for concluído, o inquérito será encaminhado à Justiça.

MESMO MÉDICO

No dia 9 de maio do ano passado, o mesmo médico G.R.M., foi acusado de ter sido “grosso e deselegante” com uma adolescente de 16 anos, de Piacatu. A garota tem idade mental inferior a sua idade biológica.

O pai da adolescente, o mecânico de refrigeração Nelson Vitor Ribeiro, com 48 anos à época, registrou um boletim de ocorrência contra o médico. O Comunicativo tem uma cópia do documento, disponibilizado pelo pai da garota.

De acordo com Ribeiro, sua filha estava internada há dois dias no hospital quando, naquele dia, por volta das 11h, foi servido o almoço e sua filha recusou-se a comer a sopa, ocasião em que ela comentou com o médico que “não comia aquele tipo de comida”.

O pai da adolescente disse que o médico teria colocado o dedo próximo ao rosto de sua filha, dizendo que ela não possuía educação. Ao tomar conhecimento do fato, Ribeiro pediu para conversar com o médico.

Segundo o boletim de ocorrência, Ribeiro disse que também foi destratado pelo médico e que o profissional comentou que ele não teria dado educação a sua filha. O mecânico, então, falou ao médico que tal situação era caso de polícia. “O médico disse que eu poderia procurar quem quer que fosse”, frisou Ribeiro.