Clealco oferece R$ 187 milhões pela Usina Campestre


Usina Campestre, de Penápolis, está em recuperação judicial desde o final de 2009

31/10/2013 18:39 - Atualizado em 01/12/2019 18:54 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani/Jornal Comunicativo

O grupo Clealco, com sede em Clementina, ofereceu R$ 187 milhões pelo parque industrial da Companhia Açucareira de Penápolis, a Usina Campestre, que está em recuperação judicial desde o final de 2009. O prazo final previsto em edital para apresentação de propostas pela UPI (Unidade de Produção Independente) terminou no último dia 29 com apenas uma oferta protocolada em juízo.

A proposta é semelhante à anexada em julho ao processo de recuperação da companhia, que tramita na 1ª Vara do Fórum de Justiça de Penápolis. O grupo Clealco, que já possui usinas em Clementina e Queiroz, se compromete a pagar os R$ 187 milhões divididos em parcelas a serem quitadas até dezembro de 2018.

O montante inclui a aquisição dos ativos, totalizando R$ 97 milhões, e a quitação de dívidas de encargos, como do Pesa (Programa Especial de Saneamento de Ativos), uma espécie de alongamento de dívida com o Banco do Brasil, que soma R$ 90 milhões.

Caso a oferta feita pela Clealco seja aceita, o grupo estima que será necessário desembolsar R$ 12 milhões para implantar as adequações ambientais assumidas anteriormente pela companhia junto à Cetesb (Companhia Ambiental de São Paulo) e R$ 54 milhões em investimentos para que a indústria volte a funcionar.

A Clealco calcula, ainda, que serão necessários aproximadamente R$ 100 milhões em capital de giro para financiar as atividades operacionais da empresa para que ela volte à rotina normal de produção em até cinco anos.

Durante assembleia realizada no final de agosto, os credores da Usina Campestre decidiram pela criação de uma UPI, que obriga os ativos – indústria, licenças e contratos com fornecedores de cana-de-açúcar – da empresa. A unidade foi avaliada em R$ 315 milhões por uma empresa contratada.

O administrador judicial da Companhia Açucareira de Penápolis, Ely de Oliveira Faria, não esconde a frustração com a única proposta oficializada no leilão judicial. “O fato é que o valor apresentado é inferior ao passivo. A gente fica frustrado, pois acreditava que esse tipo de procedimento credenciaria outros interessados, mas houve a ausência de concorrência”, comentou ao jornal Folha da Região, de Araçatuba.

Mesmo que a proposta da Clealco venha ser aceita, a Campestre deve retomar a moagem de cana apenas no primeiro semestre de 2014.