Otávio Manhani/Jornal Comunicativo
Uma menina pesando 3,3 quilos morreu após o parto no hospital de Clementina no dia 6 deste mês, pouco antes das 15h. A criança era a primeira filha do casal Misael Neponoceno da Silva, 22 anos, e Cristiane Oliveira da Silva, 20 anos.
Em entrevista ao Comunicativo, a mãe da criança afirmou ter feito todo o Pré-natal no hospital local e que estava com quase 39 semanas de gestação. Mas a informação obtida no hospital pela reportagem foi de que a gestante estava de sete meses.
Cristiane relatou ter sentido dores no dia 6 e acionado uma ambulância. Ao chegar ao Pronto-Socorro, a gestante disse ter sido atendida por uma médica clínica-geral, que realizou o exame do toque em Cristiane e garantiu que estava normal e que a criança estava na posição de cabeça para baixo. A médica, então, prescreveu um medicamento para passar a dor da gestante.
Antes de liberar a paciente, Cristiane disse que a médica foi atender um telefonema na sala em frente a que estava. A pedido da médica, a gestante foi até a sala onde a médica estava e sentou em uma cadeira. A médica teve que sair da sala por um momento e a gestante ficou aguardando.
Nesse momento, a bolsa gestacional de Cristiane se rompeu. Ela estava sozinha na sala. Uma enfermeira que passava pelo local viu a situação da gestante e buscou uma cadeira de rodas para locomover Cristiane até a sala de cirurgia do hospital, que fica anexo ao Pronto-Socorro.
Conforme relato da mãe da gestante, a lavradora Rita Rosa de Oliveira, 52 anos, em conversa com uma enfermeira a mesma teria dito que a criança estava nascendo pelos pés. Detalhe: momentos antes a médica que atendeu Cristiane havia dito que a criança estava de cabeça para baixo, que é a posição correta do bebê nascer.
Como o hospital não faz cirurgia cesariana, a equipe médica tentou realizar o parto da criança. Mas a notícia não foi boa para o pai da criança.
O médico que atendeu Cristiane após a bolsa gestacional ter se rompido, chamou Silva para avisar que a esposa estava bem, mas lamentou que o bebê não havia resistido. “O médico me disse que tentou salvar minha filha, mas que a posição em que ela estava dificultou o parto”, comentou o pai da criança.
CORTE NO PESCOÇO
No momento em que dava informações ao pai do bebê, o médico também avisou Silva de que havia um corte do lado esquerdo do pescoço da filha, e que o procedimento teria sido feito na tentativa de encontrar uma veia para reanimar o recém-nascido, mas que infelizmente veio a falecer.
O pai da criança registrou um boletim de ocorrência para saber as causas da morte de sua filha. O corpo do bebê foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) de Birigui, cujo laudo deve ficar pronto nos próximos dias.
De acordo com Silva, na certidão de óbito da filha consta que a morte foi por anoxia neonatal (ausência de oxigênio nas células do recém-nascido, podendo resultar danos em órgãos como rins, coração e cérebro).
O corpo da criança foi sepultado no dia seguinte (7), no Cemitério Municipal da cidade.