Viemos a este mundo para morrer, diz padre Edgar


Padre reforça que não podemos nos sepultar junto daqueles que morreram

31/10/2012 09:57 - Atualizado em 08/11/2018 10:04 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani - Arquivo/Jornal Comunicativo

Padre Edgar entre as imagens de São José e Nossa Senhora

Às vésperas do Dia de Finados, que acontece no próximo dia 2, o padre Edgar de Souza Lima, de Piacatu, fala sobre a data que, segundo ele, não deve ser marcada pela tristeza.

Embora reconheça que a saudade daqueles que ficam esteja sempre presente, o padre diz que as pessoas que amamos e já morreram estão melhor que nós. “Elas estão no Céu. Onde elas estão, a dor, a tristeza e a morte não existem mais. Estas pessoas estão bem, acreditem”, reforça.

De acordo com o padre, a morte é a libertação deste mundo. “Se aqui neste mundo está bom, imagine no Céu! Nós viemos a este mundo para morrer. E morrer é nascer novamente, mas é nascer para uma vida que não acaba mais”, completa.

Padre Edgar conta que perdeu seu pai em 5 de março, exatamente no dia do seu aniversário, em 2010. Para ele, agora há dois pretextos para celebrar esta data.

“Antes eu celebrava o meu aniversário, o dia em que Deus me deu a vida. Agora tenho no dia 5 de março dois motivos para meu coração festejar, pois celebro o dia em que vim ao mundo e, com alegria maior ainda, celebro o dia que meu pai deixou este mundo e voltou para Deus. São dois nascimentos neste dia. Eu nasci para este mundo e meu pai nasceu para Deus, onde com ele eu estarei um dia novamente. E para sempre!”, declara o padre.

O padre menciona que saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu e querer que ele estivesse ali para abraçá-lo. “Nossos irmãos que já morreram estão muito bem. Eles estão nos braços de Deus e não podem interferir nesta vida. Eles aguardam a nossa chegada”, acrescenta.

Segundo o padre, “a morte é o melhor de tudo em nossa vida, pois, é a partir dela que vamos para Deus. E Deus é o que há de melhor em nossa vida”. E continua: “Não podemos nos sepultar junto daqueles que morreram. A vida deve seguir”.

O padre faz uma observação às pessoas que ficam cultuando excessivamente quem já morreu e se esquecem dos que estão vivos. “Devemos cuidar daqueles que estão perto da gente, que está precisando de apoio e carinho”, finaliza.