Otávio Manhani/Jornal Comunicativo
“A mesma praça, o mesmo banco
As mesmas flores o mesmo jardim
Tudo é igual, mas estou triste
Porque não tenho você
Perto de mim...”
Refrão da música “A Praça”, lançada pela gravadora Polydor, em 1967
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Com exceção das flores, o refrão da música “A Praça”, composta por Carlos Imperial e interpretada pelo cantor Ronnie Von, ilustra como está a praça da igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Bilac, há exatos 13 anos. O Comunicativo tem como referência o ano de 2005.
É que em março de 2005, a reportagem de capa do jornal trouxe uma entrevista com o então professor de inglês e comerciante João Chaim Rezeke Filho (1944-2007), que era o coordenador voluntário de uma comissão montada para colocar em prática um projeto de restauração paisagística dos canteiros da praça central.
Em entrevista ao jornal na época, Rezeke disse que a proposta era que os 16 canteiros existentes na praça fossem “adotados” por empresas do município. No entanto, explicou que na primeira etapa a Prefeitura faria a limpeza e preparação dos canteiros para que as flores fossem plantadas.
“Quando as flores forem plantadas, aí então a manutenção será feita mediante a rega e a troca das mudas que precisarem ser trocadas. A Prefeitura entrará com a mão-de-obra e as empresas com subsídio financeiro”, explicou Rezeke à época.
De acordo com o então coordenador do projeto, a ideia era expandir a restauração paisagística dos canteiros de outras praças do município, assim como das rotatórias que dão acesso à cidade. Mas o projeto não foi realizado nesses locais.
Por falta de adesão, projeto paisagístico durou 2 meses
O projeto de restauração paisagística da praça da igreja matriz de Bilac, que era para servir de modelo para implantar nas demais praças do município, não vingou. Durou apenas uns dois meses, segundo relato de moradores.
A reportagem entrou em contato com algumas pessoas que têm comércio nas proximidades da praça central para saber melhor sobre a execução do referido projeto. Mas teve comerciante que não se recordou. Já outro disse que só ouviu dizer, mas que não se lembra da praça com flores.
Mas teve, sim, quem confirmou que o projeto de restauração paisagística foi executado. No entanto, disse lamentar por não ter dado certo. “Acho que durou apenas uns dois meses. Uma pena”, mencionou um dos comerciantes que disse ter sido um dos que “adotou” um dos canteiros.
A moradora Arlete Reis Martineli Chaim Rezeke - viúva do então coordenador do projeto paisagístico, João Chaim -, também confirmou que as flores foram plantadas, assim como admitiu que o projeto paisagístico teve vida curta.
Arlete lembrou da dificuldade que o marido teve para adquirir as mudas das flores, assim como da falta de manutenção no local após o plantio. “As flores não tiveram os devidos cuidados. Não eram regadas com frequência. O projeto de restauração paisagística não teve a adesão necessária para se manter”, lamentou.
Restauração paisagística de outras praças ficou no papel
Embora o projeto de restauração paisagística tenha proposto a expansão do plantio de flores nas rotatórias que dão acesso à cidade, assim como em outras praças e áreas verdes do município, a ideia não saiu do papel.
Apenas a praça central da cidade - que serviu de fase experimental do projeto - é que teve as flores plantadas. Porém, segundo relato de moradores, a restauração paisagística naquele local não se manteve.
Mesmo a praça da igreja matriz pertencer à Mitra Diocesana de Araçatuba, a Prefeitura de Bilac informou que tem contribuído ao longo dos anos com a limpeza do local, disponibilizando funcionários para este serviço.
Recentemente, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição passou a contar com a ajuda voluntária de um morador de 64 anos, o qual é responsável em regar as plantas.
De 2005 pra cá, poucas alterações foram feitas na praça central. Algumas árvores antigas foram cortadas e outras foram plantadas, assim como alguns bancos foram substituídos ou reformados.
Mas o que os moradores reclamam mesmo é do calçamento da praça, que possui ondulações em vários pontos. De acordo com informações da Casa Paroquial, não há registros se a praça já passou por alguma reforma desde sua inauguração, em 1936. Também não existe projeto para a reforma da praça da matriz.