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Ciúmes. Este teria sido o possível motivo que resultou em um crime que deixou toda a região perplexa; horrorizada. Não só pela maneira (com golpes de faca), mas pela frieza da réu confessa, a comerciária Saturnina Silva Souza, 19 anos.
O crime aconteceu na noite do último dia 5 (domingo) em uma casa de fundos na rua Santos Dumont, no centro de Bilac, onde morava Saturnina. Ela matou a ex-namorada Francieli Cristina Alves, 22 anos, com aproximadamente dez golpes de faca.
Depois de esfaquear e matar a ex-namorada, Saturnina tomou uma decisão inusitada: ligou para o Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) por meio do telefone 190 e confessou o crime. Ela aguardou os policiais chegarem ao local.
Para o tenente-coronel Wilson Carlos Braz, comandante interino do CPI-10, com sede em Araçatuba, a atitude da réu confessa surpreendeu a todos. “Não é todo dia que uma pessoa comete um crime desse e liga para a polícia avisando”, frisou.
No entanto, na delegacia, Saturnina não quis falar os detalhes que motivaram o assassinato. Porém, segundo testemunhas, há a suspeita de que Francieli teria se apaixonado por um homem, o que pode explicar o motivo da briga do casal homossexual.
Após a polícia ter registrado o ocorrido na delegacia, Saturnina foi encaminhada para a cadeia feminina de General Salgado. A informação obtida pelo Comunicativo foi de que a acusada não conversou com os policiais durante o trajeto até a cadeia.
Francielei foi coroinha da igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Bilac, por muitos anos. Seu corpo foi velado no Velório Municipal com a mesma roupa usada nas celebrações. O sepultamento aconteceu por volta das 16h do dia seguinte (6) ao fato, no Cemitério Municipal. Ela não deixa filhos.
DEPOIMENTO
Saturnina e um irmão de 17 anos moravam em uma casa de fundos no mesmo terreno onde reside o cunhado Nivaldo Francisco da Silva, 36 anos, que trabalha como pedreiro. Ele disse que ela começaria um novo emprego no dia 6 (dia anterior ao crime) em Birigui.
Em entrevista ao jornal Folha da Região, de Araçatuba, Silva afirmou que a família sabia do relacionamento da cunhada com a vítima. “A cidade toda sabia e não tinha problema. Para nós as duas eram um casal e sempre as respeitamos”.
Conforme depoimento de Silva, as duas teriam se conhecido há aproximadamente um ano, quando viajavam de ônibus para trabalhar em Birigui. Segundo ele, durante o tempo em que estiveram juntas, afirmou nunca ter presenciado algum tipo de discussão. “Sempre frequentavam minha casa, participavam de churrascos em família, mas não comentavam nada”, ressaltou.
O pedreiro comentou ainda que a cunhada e a vítima ficaram uns três meses separadas, mas que não sabia o motivo. Nesse período, ele disse que as duas se falavam por telefone e trocavam mensagem via celular. Elas teriam reatado o namoro no sábado (4).
“A moça (vítima) veio aqui, passou a noite com ela. No domingo, saí para trabalhar e quando cheguei por volta das 13h30 elas estavam deitadas em um colchão na varanda, rindo e conversando. À tarde também voltei a vê-las e estava tudo na paz”, relatou Silva ao jornal.
OCORRÊNCIA
De acordo com o boletim de ocorrência, o crime aconteceu às 20h45 de domingo. Silva, a esposa e os filhos estavam dormindo quando acordaram com o barulho de policiais no corredor do terreno que dá acesso à casa dos fundos, onde morava Saturnina e o irmão.
“Eu vi a Saturnina conversando com os policiais e quando entrei na casa dela vi a vítima caída no chão da sala, toda ensanguentada”, disse Silva à Folha da Região. Segundo o jornal, a vítima estava de calcinha e com diversas perfurações no corpo. A faca utilizada no crime, de 20 centímetros de lâmina, estava ao lado do corpo da vítima.
O irmão de Saturnina dormia em outro quarto da casa e disse não ter ouvido barulho de discussão. Silva ainda disse que a casa estava em ordem quando entrou e que não havia sinais de briga entre o casal.
Questionada pelo cunhado sobre os motivos que a levou a cometer o assassinato, Saturnina preferiu não comentar.