Partidos tentam consenso em candidatura única em Piacatu


Ex-prefeito ressalta que ideal seria dar “continuidade para o benefício da população”

12/06/2012 15:15 - Atualizado em 14/01/2018 15:30 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani/Jornal Comunicativo

Ex-prefeito Paulo Navacchio e o prefeito Nelson Bonfim (ao fundo)

Presidentes e representantes dos dez partidos políticos de Piacatu estiveram reunidos ontem (11) para discutirem uma possível candidatura única no município nas eleições de outubro deste ano. O encontro, que durou quase uma hora, aconteceu no Centro Comunitário Mansueto Vendrame.

O prefeito Nelson Bonfim, que é presidente do PTB local, iniciou a reunião dizendo que dificilmente alguém que ocupa um cargo no Executivo não tente a reeleição. Ele também pediu diálogo e apoio entre as lideranças partidárias. “Tenho alguma experiência na administração pública e pretendo aproveitar isso”, reforçou.

O presidente do PSC, Valdeir de Azevedo, assim como o representante do PPS e atual presidente da Câmara, Edson Roberto Mainhani, informaram ser favoráveis a uma candidatura única. Já o presidente do PSOL, Fortunato Vendrame Neto, disse que seu partido tem algumas restrições com relação a coligações e que iria realizar uma consulta antes de tomar alguma decisão.

O presidente do PSB, Paulo Cesar dos Santos; do PSD, Rafael Brigatti; do DEM, Milton José Ercoles; e do PSDB, Paulo Henrique Zeri de Lima, também demonstraram interesse pela candidatura única. Lima já declarou apoio ao prefeito Bonfim e disse “que ficaria muito contente em ter um candidato à vice” do seu partido.

Embora tenha dito que apoiaria uma eventual candidatura única, o presidente do PV, Celso Rios, informou que seu grupo já teria indicado o empresário José Aparecido Tomé como um pré-candidato pelo seu partido, mas que levaria o conteúdo da reunião aos demais membros do partido.

O presidente do PMDB, José Carlos da Silva, o Totô, que foi adversário político de Bonfim nas eleições de 2008, também disse apoiar uma candidatura única. No entanto, deixou claro que caso não haja consenso, que seu grupo tende a apoiar a candidatura de Tomé, caso venha ser confirmada.

Totô disse ainda que, no momento, não pretende disputar a eleição para prefeito ou vice. “Mas também não vou descartar completamente esta possibilidade. Minha intenção é ser candidato a vereador”, frisou.

O representante do PT, Márcio José Bevilaqua, disse apoiar candidatura única, mas que tem pretensão em ser candidato a prefeito ou a vice. Ele aproveitou para perguntar a Bonfim se ele abriria mão de ser candidato a prefeito (disputando a vice, por exemplo) para ter a candidatura única. Bonfim respondeu que “está completamente descartada esta possibilidade”, e que será candidato à reeleição.

DESCONFORTO

O ex-prefeito Paulo César Navacchio, que foi candidato único nas eleições de 1996, também disse apoiar uma eventual candidatura única. “Esse tipo de reunião, onde oposição e situação sentam na mesma mesa para discutir sobre as eleições, só acontece em Piacatu. Isso já é um avanço”, acrescentou.

Navacchio ressaltou que se não houver consenso nas eleições deste ano, que dificilmente haverá oportunidade na próxima eleição municipal, em 2016. “Para haver consenso, deve haver renúncia”, ponderou.

O ex-prefeito comentou ainda que a pessoa que está na administração pública tem maior chance em dar continuidade e que o ideal a ser percorrido seria a candidatura única. “O prefeito que já está tem maior facilidade de chegar até o recurso para trazer ao município”, concluiu.

O depoimento de Navacchio causou certo desconforto em alguns presidentes, principalmente do PV, pois o pré-candidato a prefeito pelo partido, José Aparecido Tomé, é seu cunhado. “É claro que se houver disputa, com certeza irei apoiar meu cunhado”, amenizou.