Laudo sobre morte de menino é inconclusivo


Delegado de polícia de Bilac solicitou novo exame ao IML, que deverá ficar pronto em 90 dias; investigação segue

13/05/2012 19:05 - Atualizado em 11/01/2018 19:10 | Por: Otávio Manhani

Otávio Manhani/Jornal Comunicativo

O laudo do exame necroscópico feito pelo IML (Instituto Médico Legal) de Araçatuba, que deveria identificar o motivo da morte de um menino de 9 anos que morreu no dia 8 de abril no Hospital Beneficente de Bilac, teve como resultado “causa indeterminada”.

Diante do resultado, o delegado de polícia de Bilac, Alessander Lopes Dias, solicitou um novo laudo ao instituto, cujo resultado deve ficar pronto em 90 dias. Tanto a família do menino quanto a Polícia Civil da cidade estão sem saber o que causou a morte do estudante do 4º ano do ensino fundamental, Davi dos Santos Marques.

Para o delegado, é importante e necessário realizar um novo exame, de modo que a causa da morte seja identificada. Conforme parecer apresentado pelo IML nesse dia 14 ao pai do menino, o comerciante Alexandre Marques, 32 anos, os peritos conseguiram identificar a olho nu o aumento do fígado e presença de líquido na cavidade abdominal.

O outro exame, segundo o pai da criança, é para saber se Davi deveria ter passado por um tratamento diferente. Será realizado exame toxicológico por meio de amostras do estômago e fígado. Já fragmentos de coração, fígado, pulmão, baço, rim e encéfalo serão necessários para o exame anatomopatológico (alterações estruturais).

Entenda o caso

Na manhã de 7 de abril, Davi acordou com febre, foi medicado pelos pais e melhorou. Depois, o garoto teve vômitos e foi levado ao hospital da cidade, onde recebeu atendimento médico. A medicação cortou o vômito e o menino foi liberado ainda pela manhã.

Por volta das 17h, o menino reclamou de dor de cabeça e foi encaminhado novamente ao hospital, onde foi atendido pelo mesmo médico plantonista Victor Manuel Scarpati Scudero.

O garoto recebeu soro e medicação novamente e o médico disse ao pai que o filho estava com a garganta inflamada, mas sem pus. Davi ficou em observação por um tempo e recebeu alta médica.

Uma hora depois de ser atendido, por volta das 22h30, Davi voltou a ter dores de cabeça e ânsia. Na terceira vez em que procurou pelo atendimento médico, o menino foi internado no hospital, onde dormiu na companhia da mãe.

Mas na madrugada o garoto piorou e a mãe percebeu que os dedos do filho estavam roxos. Ele faleceu às 7h25 do dia 8, Domingo de Páscoa, em decorrência de uma parada respiratória e cardíaca, segundo informou o médico ao pai do menino.

A família acredita que Scudero deveria ter encaminhado a criança para a Santa Casa de Araçatuba. De acordo com informação do jornal Folha da Região, de Araçatuba, o médico disse que, quando o paciente começou a piorar, solicitou uma vaga na unidade de referência pela Central de Regulação de Vagas do Estado de São Paulo. Porém, não deu tempo de encaminhar a criança.

O corpo de Davi foi sepultado no dia 9. Ele deixa os pais e dois irmãos, sendo um de 12 e outro de 10 anos.